RÁDIOS
Campo Grande, 19 de abril

Consumidores estão mais atentos ao pagamento de dívidas

Pesquisa do Serasa mostra que houve aumento na quitação de débitos

Por Rosana Siqueira
21/09/2021 • 11h39
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A Serasa Experian lança o Indicador de Recuperação de Crédito, que exibe o percentual de dívidas pagas em após 60 dias à negativação. O indicador de abril de 2021, que traz informações sobre as dívidas que foram ressarcidas em até 60 dias a partir deste mês de referência, mostra recuperação de 56,4%, principalmente no segmento de Utilities (67,4%). Este é o maior percentual de dívidas quitadas (das que estavam em atraso e, por isto, negativadas) do setor no ano, chegando ao mesmo nível de setembro/19. Na sequência estão os Bancos e Cartões, com 62,6% de recuperações. Ao contrário de todo o ano de 2020, o setor financeiro, pelo menos neste indicador de abril/21, não foi o principal a reaver as contas negativadas, enquanto as Financeiras recuperaram 37,8% das dívidas.

O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, comenta que o fato dos percentuais de recuperação das dívidas estarem menores nestes últimos dois meses – março/21 (56,0%) e abri/21 (56,4%) – em comparação aos do início do ano, pode estar relacionado com a aceleração da inflação no período, o que acaba corroendo o poder de compra da população e, assim, ter dificultado a quitação das dívidas em atraso. Neste sentido, é importante que os credores proporcionem descontos e facilidades de pagamentos aos seus clientes em débito, a fim de conseguirem aumentar os seus percentuais de recuperação neste momento de inflação acima do previsto.

O novo indicador destaca ainda a idade das dívidas e revela um padrão, pois as mais recentes tendem a ser mais recuperadas, enquanto aquelas com mais tempo de existência têm o percentual de quitação mais baixo. Considerando compromissos que estavam vencidos há 30 dias, 74,3% foram recuperados; de 30 a 60 dias, 42,4%; de 60 a 90 dias; 31,0%; de 90 a 180 dias; 28,3% entre 180 dias e o primeiro ano e 16,3% entre um e mais anos. Rabi explica alguns motivos que podem explicar esse movimento.

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“O esquecimento é muito comum no caso de dívidas mais antigas. Muitas vezes quando a pessoa recebe a notificação de inadimplência, se lembra e realiza o pagamento. Além disso, há a também a questão das multas e encargos moratórios que vão encarecendo as dívidas vencidas com o passar do tempo. Por fim, a priorização das contas a pagar também é um fator já que, devido ao atual cenário econômico, os consumidores com dificuldades financeiras acabam escolhendo qual será paga e qual será postergada para o próximo mês”.
2020 teve o menor volume de recuperações dos últimos 3 anos

A pandemia de Covid-19 e os desafios econômicos impostos no período fizeram com que, na média de 2020, 57,2% dos registros de negativação fossem recuperados num horizonte de 60 dias após a comunicação do credor, o menor desde 2018. O indicador sinaliza ainda quais os valores que são quitados com mais facilidade: em 2020, aqueles acima de R$ 10 mil tiveram recuperação de 70,4%, enquanto o intervalo de R$ 1.000 a R$ 2.000 teve retorno de 53,4% das contas.

 

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