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Campo Grande, 20 de abril

Em área ‘selvagem do Pantanal’, pesquisadores encontram baía seca e mortandade de peixes

Constatação ocorreu em região da Serra do Amolar, que fica há 6 horas de barco de Corumbá

Por Rodolfo César/Ingrid Rocha
17/09/2021 • 16h30
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A estiagem no Pantanal somada à queimada têm causado danos ambientais fortes no bioma. Em área, hoje considerada selvagem, pesquisadores que atuam na Serra do Amolar encontraram uma área vasta de baía praticamente seca e uma centena de peixes mortos por conta da falta de água. A constatação foi feita nesta quinta-feira (16).

A equipe do Instituto Homem Pantaneiro (IHP), ONG que atua na preservação e administração de área da Serra do Amolar, identificou esses efeitos na baía do morro. Esse local é alcançado após cerca de 14 km de caminhada pela região do Amolar. Além dos peixes mortos que foram encontrados, o solo rachou devido ao calor e há algumas áreas ainda com nascentes de água que persistem sob o sol forte, porém sem conseguir criar volume.

“No Pantanal, os desafios da sobrevivência exigem de todas as espécies, especialmente do homem pantaneiro, uma capacidade de superação diária. O calor, a seca, fogo, isolamento”, especificou o IHP, em nota.

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A Serra do Amolar é uma área distante cerca de seis horas de barco de Corumbá e é formada por uma cadeia de 80 km de montanhas em meio à planície alagada. Pelo fato do local também ainda apresentar uma característica mais selvagem do Pantanal, existe projeto para promoção do ecoturismo. O governo do Estado tem incentivado o negócio de forma sustentável.

O fogo no Pantanal em 2020 matou quase 17 milhões de animais vertebrados, calcula estudo da Embrapa Pantanal que foi conduzido a partir da participação de 30 cientistas. Essa investigação científica já foi submetida a publicação em revista especializada, inclusive.

A estiagem no bioma começou no final de 2019 e praticamente não acabou. Em 2020 e neste ano não houve o período de cheia. E de acordo com previsões de estudos o período de seca deve ir até 2024. Nos últimos 60 anos, essa é uma das secas mais severas que o Pantanal enfrentou. O registro mais longo, conforme a Embrapa Pantanal, ocorreu entre 1962 e 1973, ou seja, por 11 anos.

Levantamentos indicam que houve 40% a menos de chuva no bioma em 2020 na comparação com o ano anterior. Além disso, a temperatura média aumento 2º C nesse período.

Com relação aos efeitos das queimadas, os Bombeiros de Mato Grosso do Sul começaram neste mês projeto educacional com crianças ribeirinhas. A primeira etapa ocorreu em escola municipal de Porto Esperança, onde 20 jovens de 7 a 15 anos participaram de palestra sobre a importância de se evitar a cultura de usar o fogo no manejo do solo e formação de pastos.

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