RÁDIOS
Campo Grande, 25 de abril

Família venezuelana encontrou acolhimento em Campo Grande

ONG de MS vem ajudando na reestruturação de estrangeiros no Brasil.

Por Ingrid Rocha
20/06/2022 • 14h30
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A venezuelana Rosa Angélica López veio para o Brasil em junho 2018, durante a crise humanitária no país dela. Foram praticamente três semanas morando na rua em Boa Vista, capital de Roraima. Lá, ela conheceu a Associação Fraternidade Sem Fronteiras, que a trouxe para Mato Grosso do Sul.

Em Campo Grande, Rosa foi acolhida pela Josete Ferreira e família e com a ajuda deles conseguiu trazer o marido Francisco para a Capital. Ele também estava na Venezuela e chegou em Mato Grosso do Sul no dia 4 de dezembro de 2018.

Rosa teve uma rede de apoio através de um programa criado em 2018 pela Fraternidade sem Fronteiras, onde famílias se voluntariam para ajudar na adaptação desses estrangeiros, segundo o presidente da associação, Wagner Moura.

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“Nós fomos um dos primeiros a organizar um centro de acolhimento em Boa Vista (Roraima), devido a situação humanitária na Venezuela. A partir de então, nós criamos um setor de interiorização, fomos um dos primeiros a criar esse setor. Onde a gente pegava essas famílias que chegavam desestruturadas e organizávamos a interiorização dessas famílias, que eram acolhidas por outras famílias. Então, são famílias que ficaram e ficam responsáveis até hoje por acolher essa família [estrangeira] e estudar as necessidades maiores dela e a partir de então fazer uma reinserção no mercado local de trabalho, assim como em creche e no Sistema de Saúde”.

A Josete, que recebeu a Rosa em 2018, conta que esse apoio também é para a outra pessoa não se sentir solitária no país.

“A Rosa já estava em Campo Grande e precisava de uma pessoa para dar orientações, participar da vida dela, do trabalho. Para dar um suporte e ela não se sentir tão sozinha em um país estranho”.

Rosa conseguiu trazer a filha e o genro para Mato Grosso do Sul e o suporte de Josete foi tão grande, que se criou uma amizade e hoje, a tutora é madrinha do neto de Rosa.

“Graças a Deus, a gente já está morando de aluguel, a maioria das pessoas aqui de casa está trabalhando. Estamos todos juntos aqui em casa.”, conta Francisco.

 

Política Públicas

Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho promove a interiorização dos estrangeiros, que é feita através de regularização de documentos, segundo a secretária Elisa Cleia Nobre.

“A Sedhast vem atuando desde 2015/2016 com todos os migrantes que chegam aqui em Mato Grosso do Sul. Em 2016 nós instituímos o Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas e também o Centro de Atendimento em Direitos Humanos e por meio dele, nós fazemos os atendimentos daqueles migrantes que nos procuram. Esse atendimento é voltado para todas as necessidades que ele expõe ali no centro para as técnicas e nós fazemos os encaminhamentos para que ele possa ter acesso a regulamentação de documentação e daí por diante.”.

A Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul tem um projeto chamado “UEMS Acolhe”, onde é oferecido de graça curso de língua portuguesa para estrangeiros. Os alunos aprendem o idioma e ficam sabendo mais sobre a cultura e as leis trabalhistas do Brasil. A ação conta o apoio da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho.

 

Audiência

Nessa terça-feira (21) será realizada uma audiência pública sobre “Imigrantes Internacionais e Refugiados em Mato Grosso do Sul: Direitos, Acolhida e Assistência". O evento começa às 8h30 e termina às 17h, no Plenário da OAB de Mato Grosso do Sul.

A presidente da Comissão de Direito dos Imigrantes e Refugiados da OAB/MS, Cristiane Viegas, explicou que o objetivo é discutir a criação de políticas públicas concretas para atender ao imigrante.

“Essa audiência pública será realizada para que nós possamos elaborar as políticas públicas do estado e do município, que por enquanto são ausentes, nós não temos essas políticas públicas para acolhida e assistência do imigrante no nosso estado. Mediante audiência pública realizada em 2016 aqui no estado do Mato Grosso do Sul foi criado apenas o Comitê Estadual de Refugiados e Imigrantes do Mato Grosso do Sul. Então, mediante essa audiência, nós não tivemos políticas públicas concretas de ação, que possa realmente estar acolhendo esse imigrante.".

Para mais informações sobre o tema é possível entrar em contato com a comissão através dos seguintes canais: Intagram é o @cdir.oabms ou e-mail [email protected]

 

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