RÁDIOS
Campo Grande, 28 de março

“Fiquei quatro anos sem sair de casa”, afirma vítima de violência sexual

Levantamento aponta que 46,7% das mulheres que sofreram algum tipo de violência em 2020, perderam o emprego no período

Por Thais Cintra
23/09/2021 • 17h10
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Em 2020, cerca de 17 milhões de mulheres (24,4%) da população sofreram violência física, psicológica ou sexual no Brasil. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha e revelam que 46,7% das mulheres que sofreram algum tipo de violência no último ano também perderam o emprego neste período. Vítima de violência sexual, praticada pelo sócio na antiga empresa em que trabalhava em 2017, Taynara Luana Amaral (29), diz que só agora conseguiu retornar ao mercado de trabalho, mas ainda encontra dificuldades devido ao trauma.  “Quando  fui violentada fiquei quatro anos sem sair de casa. Daí foi onde desencadeou vários problemas psicológicos como depressão, crise de suicídio e agorafobia, agora que consegui retomar", explica. 

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Ainda conforme o levantamento, entre as vítimas de violência, 61,8% disseram que a renda familiar diminuiu na pandemia. “Não dá pra ficar parada, principalmente agora na pandemia, senão a gente passa fome. Acabei de ser demitida, por causa disso e ainda não consigo lidar com o trauma. Estou retomando aos poucos, mas sempre que toco no assunto, as lembranças voltam e com o julgamento perto, fico nervosa e os sintomas se intensificam”, desabafa.  

Taynara tem um relacionamento homoafetivo, e diz que na época da violência, sofreu homofobia do gestor. "Uma das coisas que ele falou pra mim foi que me ensinaria a gostar de homem. Que pelo fato de ter um relacionamento com uma mulher, eu não sabia o que era sentir prazer", explica.  Para Cândice Gabriela Arósio, procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul, uma das ações estratégicas de combate à violência contra à mulher, realizada pelo Ministério Público, ocorre através da coordenadoria intitulada como “Cor de Igualdade”,

"É resguardado o sigilo à vítima, para que possa ser feita a reparação e tutela correta do ambiente de trabalho que ficou imaculado com a ocorrência do problema. Importante destacar que a vítima deve reunir provas, como mensagens de whatsapp, comentários em redes sociais, que podem reverberar as informações sobre o assédio sexual. Às vezes, a situação acontece em local onde só está a vítima e o assediador, que mutas vezes é o próprio chefe e que tem atribuição de superioridade em relação ao trabalho”, explicou. 

 

 

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