RÁDIOS
Campo Grande, 23 de abril

PDT adota neutralidade momentânea para apaziguar crise interna no Estado

Sigla tinha indicado parceria com o PSDB de Riedel, porém, intervenção fez tudo ir à estaca zero no MS

Por Nyelder Rodrigues
27/04/2022 • 17h33
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Marcelo Panella, tesoureiro nacional do PDT e interventor da sigla em Mato Grosso do Sul, adotou tom de neutralidade quanto ao caminho a ser seguido pelo diretório regional nas eleições deste ano para a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB) no Governo do Estado. Assim, por ora e oficialmente, o partido não apoia ninguém para o Executivo local.

Ele esteve reunido com correligionários nesta quarta-feira (27) e deixou em aberto quem a sigla vai apoiar oficialmente em outubro - até antes da intervenção, anunciada na semana passada, o partido estava fechado com o pré-candidato tucano Eduardo Riedel, que deve caminhar no mesmo palanque de Jair Bolsonaro e outro bolsonaristas.

"Referente ao apoio a algum partido ou candidato ao Governo do Estado, não existe nada fechado", explica o deputado estadual Lucas de Lima, recém filiado ao PDT e inicialmente alinhado com Riedel para o pleito de outubro. "Lideranças aqui de Mato Grosso do Sul e a Nacional estão abertos a conversar e chegar a um entendimento", completa.

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Lima ainda frisa que o melhor para o sigla será estudado e a intenção é que assim se chegue a uma decisão, beneficiando conjuntamente a campanha de Ciro Gomes a presidente da República. "A preocupação no momento é ajeitar o partido, manter e cuidar na nossa chapa de candidatos a deputado estadual, onde eu mesmo estou", frisa Lucas.

O parlamentar ficará, ao lado de outros três nomes, à frente de uma comissão que vai cuidar detalhadamente com o diretório interventor dessa chapa. Mais reuniões devem acontecer nesta semana para definir a situação. "O PDT segue forte", finaliza de Lima, que se reuniu nessa manhã com o interventor antes do encontro com outros pedetistas.

ALIANÇAS EM XEQUE

O "fechamento" com Riedel era praticamente certo, mas quando o tucano anunciou aliança de primeira hora com o presidenciável Jair Bolsonaro (PL) e com a ex-ministra Tereza Cristina, que surge como principal líder do bolsonarismo em Mato Grosso do Sul, houve imediata reação. Desagradados, os pedetistas se insurgiram contra os tucanos.

No caso, o apoio a Riedel já tinha sido pré-anunciado ainda em 2021 pelo então presidente regional do PDT, o deputado federal Dagoberto Nogueira. Entre o fim de março e o começo de abril, Dagoberto saiu do partido e migrou para o PSDB, onde teria mais chances de se reeleger. Ele continuou tendo influência no ex-partido e a aliança foi mantida.

Vários pedetistas se mostraram contrariados com tal decisão e se afastaram do partido, o que também fez com que a sigla nacional anunciasse a intervenção, que desagradou os dois grupos aos quais estava dividido o partido: os com raiz na esquerda, e os alinhados ao PSDB. A reação negativa ocorreu por causa de uma aproximação com Marquinhos Trad (PSD).

Além de Panella, dois nomes chamaram a atenção na comissão provisória que ficará até pouco depois das eleições no comando estadual: o do advogado e recém filiado José Belga Trad, primo de Marquinhos, e de Alelis Izabel de Oliveira Gomes, atual chefe da Educação campo-grandense e que substitui Elza Fernandes, que saiu para concorrer pelo PSD.

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