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Campo Grande, 18 de abril

Produtores de MS estão otimistas com nova safra de soja

Plantio do grão começa oficialmente nesta quinta-feira (16) no estado

Por Giovanna Dauzacker
16/09/2021 • 13h10
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A semeadura da soja começa oficialmente nesta quinta-feira (16) em Mato Grosso do Sul, com o fim do vazio sanitário. O plantio da safra 2021/22 segue liberado até 31 de dezembro de 2021, conforme a portaria publicada nesta semana pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Com o novo ciclo, os produtores sul-mato-grossenses estão confiantes e esperam atingir níveis altos de produtividade. Na região de São Gabriel do Oeste, a chuva desta semana propiciou um cenário adequado para o manejo de pragas e doenças. Segundo o engenheiro agrônomo Ernane Vogth, nos próximos dias, sojicultores devem aproveitar a umidade para trabalharem nas lavouras.

“Nosso cenário é de aumento de produção, devido ao agricultor cada vez mais ‘tecnificado’ e procurando equipamentos que auxiliam no cultivo. Mas não só também, como, na região, a abertura de áreas da pecuária. Com isso, podemos um aumento entre 10% a 15% de área nessa safra e recorde de produtividade”, explica.

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Além da preparação para o plantio de uma boa safra, os produtores se preocupam também com a próxima temporada de milho. “O pessoal já se preocupa com plantar a soja mais cedo pensando na safrinha de 2022, pois, cada dia de atraso no plantio da oleaginosa retarda o milho também. Então, quem conseguir plantar logo no começo de outubro, na primeira janela de zoneamento do milho vai conseguir cultivá-lo no início de fevereiro”.

Com relação aos gargalos para esta safra de soja, o engenheiro destaca que o aumento no custo de produção, que foi de cerca de 30%. “Há ainda produtores que não receberam o adubo desta safra, e isso preocupa bastante. A questão dos agrotóxicos, há uma falta no mercado, então podemos sinalizar que quem já está com o produto no barracão ajuda muito e não vai ter surpresa lá na frente”, afirma.

Outro ponto que contribuiu para essa alta dos valores foi a logística, já que, segundo o profissional, as últimas paralisações de caminhoneiros antes do início da temporada impactaram diretamente na falta de alguns produtos.

Na região de Maracaju, uma das mais afetadas com o clima no estado, a dificuldade encontrada por produtores é exatamente consequência das geadas, segundo o produtor rural Eduardo Busatto.

“Nosso gargalo é cobertura, matéria seca que foi prejudicada em função da geada, que matou nossa braquiária consorciada com o milho e já estamos vindo de uma safrinha que não produziu muito. Mesmo assim, a expectativa é de alta produtividade para a temporada”, explica.

Como o histórico da região é de veranico no período de dezembro a janeiro, o agricultor afirma que já se prepararam para que a planta não seja tão impactada. “Já fizemos o planejamento de variedades e época de plantio, para que não ocorra um sofrimento tão grande da planta, principalmente no enchimento de grãos”.

Outro produtor de Maracaju, André Morais, explica que, assim como em São Gabriel, a preocupação é com o plantio antecipado, aproveitando a umidade. Com isso, espera atingir níveis altos de produtividade para cobrir prejuízos das safras anteriores. “Estamos ansiosos para tampar esse rombo financeiro no agricultor com a produtividade de soja, então, estamos ansiosos para plantá-la”.

 

Irregularidade da chuva

O prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê chuva acima da média para os estados do Centro-Oeste do país entre setembro e novembro. Para Mato Grosso do Sul, há ainda a previsão de que as chuvas sejam irregulares. As temperaturas devem ficar acima da média no trimestre.

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