RÁDIOS
Campo Grande, 19 de abril

Seca, vandalismo e animais sem vida, moradores temem o fim da Lagoa Itatiaia

Estiagem deixa nível da água baixo e frequentadores usam local pra descarte de lixos

Por Isabelly Melo
09/08/2021 • 15h31
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Sem volume de chuva considerável, nível da Lagoa Itatiaia está cada vez mais baixo, deixando animais sem habitat seguro. Margeado por casas, sobrados e comércios, moradores temem o fim de um dos cartões postais de Campo Grande.

A praça ao redor do lago conta com pista de caminhada de 1.360m, quadra cimentada, academia da 3ª idade, além de amplo espaço com árvores e bancos para descanso. No entanto, há algum tempo moradores tem reparado na mudança visual do local, agora com lixo, muita areia e pouca água.

A aposentada Maria Cristina, 53, mora no local há dois anos, mas sempre residiu próximo a Lagoa. A costumeira caminhada matinal era volte e meia interrompida por tartarugas e até mesmo patinhos que saiam ou iam para a Lagoa, realidade bem diferente da atual.

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“Caminho todo dia às 5h30, depois eu venho fazer exercícios e trago meus netos para brincar. Antes tinha jacaré, sapo, as garças ficavam ali em volta da Lagoa. Na época de piracema dava para ver um monte de peixinho ali no canto, mas agora não vejo mais os animais assim. Eu acho que a Lagoa tá morrendo”, relatou triste.

De fato, os animais já não estão mais tão presentes do local, o número de garças diminuiu, assim como o de peixes, isso porque muitas pessoas passaram a pescar na Lagoa. Em 2014, vereadores chegaram a aprovar um Projeto de Lei que proibia a pesca em lagos e lagoas públicas na capital, no entanto, em 2018 os parlamentares em gestão mantiveram veto parcial do prefeito sobre o “Programa Lagoa Itatiaia Viva”, que proibia a pesca em um dos pontos da Lagoa, até que fosse feito um estudo e laudo ambiental técnico.

Além dos peixes, outro problema que tem incomodado os moradores é o descarte de lixo na praça e na Lagoa, aos fins de semana a situação piora, com garrafas, sacolas e até mesmo alimentos jogados na grama, bancos e na ‘prainha’ próxima a água. “Tem muitas pessoas pescando, e a maioria dessas pessoas joga lixo, traz entulho, papel, plástico, joga na Lagoa, coloca madeira em volta. A lagoa está literalmente acabando”, contou Maria Cristina.

Conforme a moradora, uma senhora, contrata pela prefeitura, fazia a limpeza do local, porém, há cerca de quatro meses ela não vai mais a Lagoa, que fica até mesmo sem ter o lixo recolhido pelos coletores da Solurb. “A lixeira fica lá, perto da grama, daí os lixeiros nem pegam, porque fica ruim para eles ficar indo até lá pegar, né. Daí o lixo fica aí, sem ninguém tirar”.

Somado ao lixo e ao baixo nível da Lagoa, vândalos quebraram parte da estrutura do peixe, que fica dentro da Lagoa. Sem água, a escultura já não parece flutuar em meio a Lagoa, sufocada pela areia e lixo ao redor.

Segundo a Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos (Sisep), as limpezas no local são feitas a cada 30/45 dias. Sobre a obra de revitalização no local, promessa de campanha do prefeito Marquinhos Trad, a Sisep informou que o certame deve ocorrer em outubro, e as obras iniciadas em dezembro deste ano.  

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