RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 27 de julho

É melhor andar à toa do que ficar à toa

Por Jacir Venturi
18/04/2024 • 10h47
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No Pantanal mato-grossense, um fazendeiro – lá apelidados de gigolôs de vacas – fazia a rotineira ronda pelas suas terras e a tudo fiscalizava, pois, como ele próprio dizia, “é melhor andar à toa do que ficar à toa”.

Todos os amigos o consideravam abonado. Ele retrucava:

– Meu pai, sim, era um homem rico. Tinha 15 mil cabeças de gado, mas, como éramos em 13 irmãos, sobrou pouco para cada um. Meu pai brincava que vendia bois por hora. Dizia: “Hoje eu vou vender duas horas de boi.” Outra frase dele: “ fazenda tem um nome bem apropriado: sempre fazendo.”

Certo dia, percorrendo o trecho em seu trator que puxava uma carreta e, chegando perto de uma lagoa, inusitadamente ouviu vozes femininas. Aproximou-se mais e o que avistou? Sim, diversas garotas nuas nas margens da lagoa que, surpreendidas, nadaram até quase não dar mais pé.

A mais pudica das garotas gritou para o fazendeiro:

– Não sairemos daqui enquanto não deixar de nos espiar e for embora!

– Eu não vim espiá-las – respondeu o fazendeiro. – Vim apenas alimentar os jacarés da minha lagoa!

Moral da história: para alcançar os objetivos, às vezes abordagens indiretas podem ser mais eficazes do que as diretas, especialmente se usadas com criatividade e persuasão.

*Jacir J. Venturi, membro do Conselho Estadual de Educação do Paraná, foi professor e gestor de escolas públicas e privadas, de cursos preparatórios, da UFPR, PUCPR e Universidade Positivo.

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