RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 02 de maio

O Brasil não parou nem pode parar

Por Administrador
22/05/2021 • 07h40
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O Brasil que não parou, nem pode parar, há um ano enfrentamos uma terrível pandemia que abalaria o equilíbrio geopolítico do Planeta Terra. De permeio, a história registra, como primeira pandemia, a ocorrida em 429 a.C, conhecida como Praga de Atenas. A atual Covid-19 é a de número 62.
Em 2020, os governos de todos os países se movimentaram adotando medidas de natureza sanitária e econômica para salvar vidas e para evitar a paralisação das atividades produtivas. 

A preservação da atividade econômica em conjunto com os cuidados da saúde oferecia perspectivas animadoras quanto à situação do vírus que abalou o mundo.
O ano de 2021 – janeiro e fevereiro se iniciou movido pelos resultados alcançados com os índices da retomada da economia no último trimestre de 2020. O recrudescimento da economia em março de 2021, porém, exigiu a tomada de medidas de rigoroso controle na área sanitária com a vacinação em massa e o isolamento social para conter a circulação do vírus. 

Neste contexto de tantas complexidades, a participação efetiva da indústria, do comércio, do agronegócio e dos serviços, diante da morosidade do apoio governamental, juntamente com o fomento comercial se valeram todos os espaços para garantir as atividades do setor produtivo. 

O fomento comercial, com suas distintas estruturas empresariais – factoring, fundos de investimentos em direito creditório (FIDC), securitizadoras e empresas simples de crédito (ESCs), contribuiu para a manutenção de milhares de negócios.

É de ressaltar a invejável atuação desempenhada pelo setor, injetando cerca de R$120 bilhões, em recursos próprios, para garantir o funcionamento de uma clientela de cerca de 200 mil micros, pequenas e médias empresas, seu mercado alvo, em montante bem superior ao liberado pelo PRONAMPE, que foi, sem dúvida, extremamente valioso e até o momento o mais bem-sucedido Programa de Crédito oferecido pelo Governo durante a pandemia, que acaba de ser aprovado pelo Congresso em caráter permanente. 

Estes meses foram tão férteis para a criatividade do pequeno empresário, que surgiram cerca de 2 milhões de novas microempresas individuais, segundo o Sebrae. Hoje no Brasil, somadas, são 14 milhões de MEIs e pequenas e médias empresas que constituem o vasto mercado de recebíveis, de dimensões oceânicas, que, adquiridos pelas empresas de fomento comercial, são transformados em recursos disponíveis para aquela sua numerosa clientela.   É fato que a alta procura, que vem ocorrendo, denota a busca desesperada de capital de giro para que este segmento, o maior empregador do País, possa honrar todos os seus compromissos. O fomento comercial, apesar de todas as dificuldades do momento, nestes 14 meses, operou com um nível razoável de liquidez de sua carteira, dando sua contribuição, atendendo a cadeias produtivas dos mais variados tamanhos e setores, ajudando a solucionar o estresse do seu fluxo de caixa e a dificuldade do acesso ao crédito.

Na nossa visão, 2021 vai depender da harmonia e entendimento dos poderes da República, da capacidade de administrar o teto dos gastos que, juntamente com as reformas estruturais (administrativa e tributária) e com uma vacinação intensiva poderão dar sustentação a uma efetiva e segura retomada da normalidade da vida nacional incentivando alocação de maciços investimentos.  São os investimentos de infraestrutura destinados aos projetos de saneamento básico e do gás que têm a oportunidade histórica de se constituírem em poderosa alavanca com recursos estimados em mais de R$1 bilhão, para ampliar o espaço de competitividade das empresas privadas, melhorando a questão social e gerando milhares de empregos. 

O Brasil é um País prodigioso com um potencial incomensurável de riquezas. Para nós, que, nestes meses, temos realizado algumas viagens, de carro, por São Paulo, Paraná e Santa Catarina, a maior e mais cabal prova está nas rodovias deste imenso Brasil, cruzadas em todos os sentidos por intensa movimentação de milhares de caminhões transportando riquezas e agregando valor à economia.

 Temos que valorizar o trabalho desses brasileiros que se desdobram em produzir bens e serviços.

Caminhão não faz turismo

Inquestionavelmente a única solução dos problemas sociais não está em projetos emergenciais, de caráter assistencial, mas na retomada efetiva da economia que vai propiciar a geração de renda e trabalho para as categorias menos favorecidas e, assim, mitigar os danosos efeitos das desigualdades, escancaradas pela COVID-19, em que vive a enorme população da periferia das grandes cidades.

LUIZ LEMOS LEITE: Advogado, presidente da Associação Nacional de Fomento Comercial (ANFAC) e ex diretor do Banco Central. 
 

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