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Safra de grãos 2018/19 pode ser comprometida

A afirmação é de entidades do setor rural que dizem que sem glifosato é inviável plantar

Por Éder Campos
16/08/2018 • 09h51
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Às vésperas do plantio da próxima safra, o setor produtivo diz ser inviável iniciar os trabalhos sem o uso do glifosato - herbicida agrícola que voltou a ser alvo de polêmica. Na semana passada, um júri da Califórnia condenou a Monsanto a pagar indenização de US$ 289,2 milhões a um homem que afirma ter contraído câncer devido à exposição a um herbicida com glifosato produzido pela empresa. 

A decisão nos EUA fez a Justiça Federal no Distrito Federal suspender o registro de produtos à base do ativo a partir de 3 de setembro até que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) conclua reavaliação toxicológica. A expectativa é que a Advocacia-Geral da União (AGU) recorra da decisão até a próxima semana, usando como subsídios informações do Ministério da Agricultura. 

"Sem glifosato não tem safra no Brasil", DE ACORDO COM o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antonio Galvan. Ele lembra que o Brasil adota o sistema de plantio direto, que é a semeadura da nova safra diretamente após a colheita da anterior.

A partir da retirada do milho safrinha do campo, o que deve ser finalizado este mês, o glifosato é jogado para eliminar a cobertura vegetal ou plantas daninhas que ficam no solo, como preparação para o plantio da soja, que no Brasil começa em setembro. Com isso, o produtor evita ter de arrancar essa cobertura e revirar o solo, aproveitando a matéria orgânica como adubo.

O superintendente da Organização das Cooperativas do Paraná, Robson Mafioletti diz que o glifosato está na chamada faixa verde dos defensivos agrícolas, para produtos considerados menos tóxicos em caso de aplicação errada. "Sem ele, o Brasil teria dificuldade de fazer o cultivo de 35 milhões de hectares na safra 2018/19."

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