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Três Lagoas, 24 de abril

Dnit ainda não recebeu estação ferroviária abandonada pela ALL

MPF ajuizou ação civil pública contra ALL pelo abandono de 14 estações ferroviárias

Por Ana Cristina Santos
13/03/2017 • 14h18
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O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) ainda não recebeu o prédio da antiga Estação Ferroviária de Três Lagoas, que há anos esteve sob a responsabilidade da América Latina Logística (ALL), empresa responsável pela ferrovia em Mato Grosso do Sul.

No final de 2014, com a inauguração do contorno ferroviário, a empresa desocupou o prédio, assim como as antigas oficinas. No entanto, não deixou ninguém tomando conta do local, que foi depredado e teve vários materiais furtados.

Em nota, a empresa ALL diz que a “estação de Três Lagoas e as antigas oficinas estão em processo de devolução – deflagrado em razão da desmobilização do trânsito ferroviário onde se localizam, após a inauguração do contorno ferroviário construído pelo Dnit, em 2014”.

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Existe ainda a viabilidade da transferência de parte das edificações para município, que já manifestou interesse em assumi-las, para fins culturais. 

Na semana passada, o Ministério Público Federal (MPF), divulgou que ajuizou ação civil pública contra a ALL pelo abandono de 14 estações ferroviárias localizadas entre os municípios de Três Lagoas e Água Clara.

Além da ALL, são réus também, o Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e a União. Os órgãos e instituições foram considerados, pelo Ministério Público, inertes e negligentes na fiscalização do patrimônio ferroviário.

Em caso de descumprimento, a multa diária prevista à ALL é de R$ 10 mil e o pagamento de indenização por dano moral coletivo em valor não inferior a R$ 5 milhões.  Segundo o MPF, os prédios, construídos no início do século XX e tombados por lei estadual como patrimônio histórico e cultural, estão em estágio avançado de degradação pelo efeito do tempo e da ação humana.

O MPF pede a conservação do bem público, reparação dos danos causados ao patrimônio histórico e cultural e preservação da memória da ferrovia em Mato Grosso do Sul. Para o Ministério Público, “não cuidar desses bens é relegar as próprias origens dos municípios e desprezar a história do desenvolvimento do Bolsão sul-mato-grossense, importante região do Estado”.

O MPF pede que a ALL seja obrigada a efetuar a limpeza e a dedetização das estações ferroviárias e oficinas que estão sob seus cuidados; adote medidas de conservação e vigilância em tempo integral; repare os danos causados ao patrimônio público e devolva ao Dnit as unidades ferroviárias que não estiverem sendo efetivamente utilizadas.

Ao Dnit e à ANTT, no pedido liminar, foi requisitada a realização de relatórios de inspeção e auditorias nos bens da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (NOB) para identificação de irregularidades no contrato de concessão. À União, além da fiscalização contratual, cabe também a aplicação das medidas cabíveis em caso de inadimplemento.

A ALL, por sua vez, informa que não há decisão judicial que a obrigue a realizar qualquer intervenção nos referidos imóveis. Ressalta também que não foi intimada sobre esta ação.
 

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