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Três Lagoas, 25 de abril

Violência na cidade

Leia o editorial do Jornal do Povo deste sábado (19)

Por Redação
19/03/2022 • 06h00
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Cresce de maneira surpreendente os índices de violência em Três Lagoas. O conjunto habitacional Orestinho é um dos pontos mais nevrálgicos dessa escalada. A distribuição de apartamentos neste núcleo habitacional reuniu famílias de todas as índoles. E, infelizmente, quase que diariamente são registradas histórias e cenas que mostram o quanto se faz necessário um trabalho de apoio e de assistência social para seus moradores.

Tiros, facadas, espancamentos, discussões entre pessoas e famílias, sem fim, e até linchamento são fatos graves que evidenciam o quanto o nível de intolerância é elevado neste núcleo habitacional. Ali, residem pessoas que não têm outra opção de lugar para morar. Imaginavam diante da possibilidade aquisição da casa própria através de programa governamental de moradia, que iriam resolver definitivamente um dos problemas mais graves para quem não tem a sua casa própria – o fim do pagamento de aluguel, que custa caro e corrói a renda familiar. Mas, ao contrário, se por um lado, presumivelmente, a questão da moradia foi resolvida, por outro, essas famílias foram colocadas ao lado de outras desestruturadas, as quais não consideram os valores relevantes que embasam a família e sua conduta. Enfim, muitos são os motivos que fazem desse núcleo habitacional um lugar de práticas violentas, que vão desde uma discussão por conta de um motivo fútil como a mais extremada, a que chega a causar a morte de alguém.

Ao poder público cumpre assegurar a moradia à quem precisa. Mas é certo que sua missão não se finda com a entrega pura e simples de um imóvel habitável. Também é obrigação assegurar no seu entorno a instalação de escolas, creches, parques de uso comum para as famílias, e, sobretudo, assegurar paz e segurança entre os residentes. Se os indicadores dde fatos delituosos crescem, deve o poder público e por dever de ofício atacar as causas, identificar os motivos da incidente violência e elaborar programas de apaziguamento social, de modo que combatido esse males, o lugar se torne como deve ser todo o lar: um lugar de refazimento de energias depois de um dia trabalhado afinco, motivado pela necessidade imperiosa de se obter com o seu resultado a manutenção da família e o seu continuo soerguimento, entre tantas outras e elevadas razões que embalam a constituição do lar.

Os fatos que se registram quase que diariamente neste núcleo habitacional, uns com mais, outros, com menos intensidade, torna inescapável a atuação das autoridades constituídas do município e do Estado para formação de um grupo de trabalho, visando o levantamento dos tipos de ocorrências. É  preciso identificar as causas, seus autores, as famílias envolvidas, os porquês dessa violência que repentinamente eclode entre os moradores, a fim de que a maioria possa reconquistar a possibilidade de morar em um lugar com segurança, paz e concórdia, desfrutando de um ambiente de fraternidade e solidariedade. Viver em paz com segurança, certamente é o desejo da maioria. Portanto, é imperioso para o núcleo Orestinho e adjacências, que seja elaborado um amplo programa social visando o restabelecimento da normalidade sem violência para o bem das famílias residentes.

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