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Mato Grosso do Sul sofre com epidemia de casos de sífilis

A doença pode trazer diversas más formações e deformidades aos bebês

Por Redação
15/12/2017 • 18h00
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 A Secretaria de Estado de Saúde (SES) realiza nos dias 14 e 15 de dezembro, no auditório da Associação Brasileira de Odontologia (ABO/MS), o 1º Seminário Estadual de Enfrentamento da Sífilis em Mato Grosso do Sul. A proposta do encontro é redirecionar a linha de cuidado dos pacientes com sífilis na rede de Atenção Básica, além de discutir o papel da Vigilância Epidemiológica. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil enfrenta uma epidemia da doença e o número de casos em Mato Grosso do Sul quase dobrou em dois anos, com aumento de 68,6%.

Em 2016, foram notificados 1.408 casos de sífilis adquirida. Já nesse ano, até 30 de novembro, o número subiu para 2.374 casos. A epidemia se deve principalmente à mudança de comportamento da população, como o não uso do preservativo, conforme avaliação da gerente do Programa Estadual IST/AIDS da SES, Danielle Martins.

“A doença evoluiu por causa da mudança de comportamento da população que deixou de usar o preservativo. Houve um crescimento exponencial e não reflete apenas na sífilis, mas também em outras doenças sexualmente transmissíveis”, explica. Danielle cita ainda um episódio pontual que pode ter ajudado a concretizar a atual epidemia no Brasil. Em 2015, houve escassez da penicilina benzatina, o medicamento que proporciona os melhores resultados no tratamento e cura da doença.

Fatores determinantes deram expansão à doença e a epidemia chegou a Mato Grosso do Sul, como mostra o vertiginoso aumento no número de casos (2.374 em 2017 contra 1.408 no ano passado) e, ainda conforme a taxa atual de incidência da doença, já que a cada 100 mil habitantes 89,54% possuem sífilis. Há 10 anos, em 2007, a taxa de incidência não chegava nem a 7% a cada 100 mil pessoas, e foram notificados 149 casos.

Segundo Danielle, a faixa etária mais acometida pela sífilis vai de 21 a 35 anos de idade, em uma população economicamente e sexualmente ativa. A doença pode matar, mas se diagnosticada precocemente, tem cura e o tratamento é gratuito. Além de ser diagnosticada pelos sintomas, a sífilis pode ser descoberta por meio de um exame de sangue comum.

Seminário

Cerca de 150 profissionais de saúde, entre enfermeiros, médicos infectologistas, coordenadores da Atenção Básica e profissionais que oferecem serviço especializado participarão do seminário.

Na programação já estão confirmadas a presença de representantes do Departamento Nacional do Programa de Prevenção, Controle e Vigilância IST/AIDS e Hepatites Virais do Ministério da Saúde e do diretor Nacional da Vigilância em Saúde.

Para o primeiro dia de seminário estão temas como Conhecendo a Sífilis, Cenário Epidemiológico da Sífilis no Brasil e em Mato Grosso do Sul, Integração da Atenção Básica à Vigilância em Saúde e A importância da Notificação de Casos. Já no segundo dia, os debates serão em torno do Tratamento da Sífilis Congênita na Atenção Básica, Pré-natal do Parceiro como Estratégia de Prevenção e Controle da Epidemia da Sífilis, entre outros temas.

Sífilis

Mato Grosso do Sul apresenta pela quarta vez consecutiva o maior índice de infestação da sífilis em gestante, de acordo com dados da SES. Em 2016, foram notificados 1.185 casos de sífilis; já nesse ano, até 30 de novembro, são 1.336 notificações.

Segundo Danielle, a sífilis em gestante, se não tratada, pode se transformar em sífilis congênita, que acomete os fetos. Isso ocorre quando o tratamento realizado na paciente gestante ou no indivíduo (parceiro) com sífilis adquirida não apresentou resultados satisfatórios ou não foi feito corretamente. “A sífilis congênita é quando acontece a transmissão vertical, de mãe para filho”.

A doença pode trazer diversas más formações e deformidades aos bebês como surdez neurológica, cegueira, microcefalia, deformidade crânio facial, leões neurológicas, artrose, lesão cardíaca, entre outras, sendo todas irreversíveis.

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