Juro do cheque especial é o maior em 5 anos

No ano, os juros do cheque especial já avançaram impressionantes 36,7 pontos percentuais

23 DEZ 2008 • POR Redação • 14h09

A taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações com cheque especial para pessoas físicas atingiu o valor de 174,8% ao ano em novembro, o maior valor desde junho de 2003 - quando somou 176,9% ao ano, informou nesta terça-feira (23) o Banco Central.

No ano, os juros do cheque especial já avançaram impressionantes 36,7 pontos percentuais, visto que estavam em 138,1% ao ano no fim de 2007.

Juros bancários

Ao mesmo tempo, a taxa média de juros cobrada pelos bancos em todas as suas operações, quer seja com empresas ou pessoas físicas, atingiu 44,1% ao ano no mês passado, contra 42,9% ao ano em outubro.

No ano, o aumento foi de 10,3 pontos percentuais. A taxa média de juros dos bancos de novembro, segundo o BC, é a mais elevada desde abril de 2006, quando totalizou 45,4% ao ano.

No caso da taxa de juros das instituições financeiras em suas operações com pessoas físicas, informou a instituição, esta subiu para 58,7% ao ano em novembro, a mais elevada desde março de 2006.

Para pessoas jurídicas, os juros médios cobrados em novembro totalizaram 31,2% ao ano, o que representa queda de 0,4 ponto percentual frente ao mês de setembro - quando somou 31,6% ao ano.

Razões para o aumento

São várias as razões para o aumento dos juros bancários neste ano. No início de 2008, o governo autorizou um aumento da alíquota do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), o que encareceu as taxas. Entre abril e outubro deste ano, elevou os juros básicos da economia de 11,25% para 13,75% ao ano - o que também impactou os juros bancários.

E, mais recentemente, a crise financeira internacional também deu sua contribuição. "O crédito está mais caro, principalmente para as famílias, refletindo esse momento de aversão ao risco. A crise financeira internacional contribuiu para a elevação das taxas de juros.

Toda essa turbulência levou a algum aumento", disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.