Operação Cambota

MP deve propor delação premiada para empresários e servidores

Benefício seria oferecido para incentivar os envolvidos a colaborar com a Justiça

12 SET 2017 • POR Ana Cristina Santos • 15h18
Promotor de Justiça Luciano Anechini Lara leite - Reprodução/TVC

O Ministério Público Estadual de Três Lagoas deve propor um acordo de colaboração premiada para servidores e empresários da cidade, acusados de participarem de uma organização criminosa, de direcionamento e superfaturando em serviços decorrentes de contrato de manutenção da frota da administração municipal.

O benefício seria oferecido para incentivar os envolvidos a colaborar com a Justiça. Cinco servidores da Prefeitura de Três Lagoas e três proprietários de oficinas mecânicas foram detidos na manhã desta terça-feira (12) durante Operação Cambota, deflagrada pela Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) e Ministério Público Estadual. A operação investiga esquema criminoso de desvio de recursos públicos na Prefeitura de Três Lagoas.

Durante as investigações, ficou comprovado que mais de 70% dos serviços de manutenção da frota eram concentrados em apenas três oficinas da cidade, e que mais de 81% dos serviços executados no período de 2015 e 2016, na administração passada, tiveram sobrepreço e mais de 54% das notas apresentaram superfaturamento nas compras de peças realizadas pela prefeitura.

A Polícia Federal apura a participação dos servidores envolvidos no esquema. Possivelmente, recebiam vantagens para direcionar os serviços às três empresas.        

O promotor de Justiça Luciano Anechini Lara leite disse que por se tratar de uma organização criminosa o MP apura a possibilidade de oferecer acordo de colaboração premiada para alguns envolvidos a fim de entender melhor o sistema e como funcionava, além de fortalecer as provas em relação ao desvio de dinheiro público.