outubro rosa

Paciente em luta contra metastase faz campanha para arrecadar toalhas brancas

Artigos de higiente pessoal são frequentemente utilizados por pessoas em quimioterapia

17 OUT 2017 • POR André Barbosa • 12h25
Elisangela: "Ajuda voluntária para garantir um dos artigos mais usados por pacientes" - Divulgação/Assessoria

Voluntários que atuam no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora realizam uma campanha para arrecadação de toalhas de banho e de rosto brancas, para o Instituto do Câncer de Três Lagoas (ICTL). O ponto de entrega fica na própria entidade médica, e recepção da enfermaria. Os artigos são frequentemente utilizados pelos pacientes em quimioterapia e radioterapia.

“Passo por sessões de quimioterapia, pelo menos duas vezes por semana e vejo o quanto é gasto com este tipo de material, mesmo com todo o investimento que o hospital tem, é preciso que haja doações. As toalhas são muito usadas e duram pouco”, disse a idealizadora da campanha, a pedagoga Elisangela de Fátima Alves, 35.

Até nesta terça-feira (17), 80 toalhas já haviam sido doadas à entidade. “Nossa meta é chegar a 500 toalhas de rosto e outras 500, de banho. Além das redes sociais, estamos visitando lojas e pedindo, inclusive, que forneçam descontos especiais para quem for comprar para doar”, disse Elisangela.

Em sua rede social na internet, o hospital também divulga a campanha encabeçada pela pedagoga três-lagoense.

 

Motivação

Diagnostica com câncer de mama há nove anos, a paciente hoje, luta contra o processo de metástase que atingiu a coluna cervical e os ossos. Anteriormente, a doença chegou aos pulmões, mas o tratamento eliminou o risco, segundo Elisangela. Sem perder a esperança da regressão da doença, a professora mantém ações voluntárias junto a unidade médica. “Conheço pelo menos 15 mulheres com a doença e prefiro conviver ao lado delas, dando forças e auxiliando nesta luta. É preciso que tenhamos força juntas. Digo sempre que, muitas pessoas não tiveram nem chance de lutar contra a doença. Nós temos e isso já é uma vitória. Vivo um dia de cada vez e considero uma vitória acordar e receber minha filha pedindo a benção, pela manhã”, revelou Elisangela.

A paciente, mãe de três filhos, faz questão de praticar atividades físicas como a caminhada e revelou que já ‘raspou’ o cabelo quatro vezes. “Ainda não sei se vou precisar cortar desta vez. Trato da metástase do câncer de mama, que é um dos que mais se espalham pelo corpo. Por enquanto não houve quedas de cabelos. Na caminhada, tenho que fazer o mínimo esforço físico, sob risco de ficar tetraplégica, mas, nem isso me impede de buscar o bem-estar. Procuro dizer que somos soldados em uma guerra. Alguns tombam em combate e os que ficam, precisam continuar de cabeça erguida e confiantes na vitória, até ela chegar”, finalizou.

 

Diagnóstico

A mamografia, exame que detecta o câncer de mama, aliado ao exame clínico e ao autoexame são considerados elementos essenciais para a prevenção de novas mortes pela doença, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. De acordo com o órgão, o Brasil registra 58 mil casos de câncer de mama por ano e a maioria é detectada com lesões consideradas muito grandes, com mais de cinco centímetros.