PREVENÇÃO

Profissionais da saúde debatem preconceito de doenças transmissíveis

Mato Grosso do Sul tem altos índices das doenças, só de hanseníase são em média 800 novos casos e 500 de tuberculose por ano

30 NOV 2017 • POR Lucas dos Anjos • 11h43
Além de Paranaíba participou do evento profissionais de Aparecida do Taboado, Cassilândia e Inocência - Lucas dos Anjos / JPNEWS

Os profissionais da área da saúde da microrregião de Paranaíba (MS), que compreende as cidades de Aparecida do Taboado, Cassilândia e Inocência, participaram de um simpósio que debateu doenças transmissíveis com enfoque na hanseníase e tuberculose. As palestras aconteceram no auditório da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), entre os dias 28 e 29. Mais de 100 profissionais entre enfermeiros, agentes de saúde e coordenadores estiveram presentes no evento.

Para a coordenadora estadual de ações epidemiológicas, Cleide Alves o preconceito ainda é a maior barreira a ser vencida. “Ainda existem pessoas que não aceitam pacientes portadores de hanseníase ou tuberculose e isso acaba influenciando na vontade e compromisso da pessoa em tratar”, explicou.

Cleide afirma ainda que o estado de Mato Grosso do Sul tem altos índices das doenças, só de hanseníase são em média 800 novos casos e 500 de tuberculose por ano.

O evento é uma realização da Secretaria Estadual de Saúde e teve o apoio do Departamento Epidemiológico de Paranaíba. Segundo a coordenadora local, Carla Patrícia Eugênio, a Secretaria começará acionar na Justiça pacientes que iniciam o tratamento e não terminam. “Nós temos relatos de pessoas que pegam os remédios pra tomar e jogam fora e isso não é aceitável, pois tem um custo, além de outras pessoas que poderiam estar usufruindo desses remédios. Infelizmente nós teremos que acionar na justiça algumas pessoas e esperar que assim elas sigam o tratamento”, disse.

Para casos simples de hanseníase o tratamento é de seis meses e o paciente pode ficar sem nenhuma sequela caso a doença seja descoberta precocemente.

Hanseníase - A hanseníase, comumente conhecida como lepra, é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e diminui a sensibilidade da pele. Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas em áreas como mãos, pés e olhos, mas também podem afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

A doença tem cura, porém exige tratamento prolongado para não desencadear problemas ao paciente ou a transmissão da bactéria para indivíduos de convívio próximo. Nos dias de hoje, sabe-se que não há necessidade do isolamento dos indivíduos, pois o SUS fornece a medicação necessária para recuperação dos portadores da hanseníase.

Tuberculose - A tuberculose é uma doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro). Um dos principais sintomas da doença é tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue.