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Yoga ajuda combater o estresse e a ociosidade entre detentas

Projeto “Semente do Amor” será realizado até dezembro e já conta com a participação de 40 internas

6 FEV 2018 • POR Redação • 18h00
A 50ª Promotoria de Justiça realizou a doação dos colchonetes - Divulgação/Agepen

Técnicas que proporcionam harmonia entre o corpo, a mente e a respiração estão ajudando a tornar o ambiente mais tranquilo no Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi” (EPFIIZ), em Campo Grande.

A arte milenar do yoga é praticada uma vez por semana com as detentas, através de parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), a Escola Clássica Cristina Lopes e a 50ª Promotoria de Justiça.

Iniciado há duas semanas, o projeto “Semente do Amor” será realizado até dezembro e já conta com a participação de 40 internas, divididas em duas turmas. Com 30 minutos de duração, as aulas buscam desenvolver a respiração, meditação, alongamento, concentração e diferentes posturas para trabalhar a flexibilidade, força e equilíbrio das internas.

Há 17 anos atuando como professor de yoga, o educador físico e pós-graduado em Meditação, Marco Antônio Gerevini, defende que a iniciativa traz inúmeros benefícios desde o físico até o mental. “Muitas internas reclamam de dor no corpo por ficar muito tempo dentro da cela, então o yoga melhora a postura, alivia a dor, além de ser um momento de sociabilização e de verem que a vida pode ter um novo rumo”, afirma o professor e idealizador do projeto.

Presa há pouco mais de um ano, a interna K. A. R., 26 anos, está em sua segunda aula e declara que tem sido bem proveitosa. “Saio renovada, me sinto melhor, mais calma e isso contribui até na minha relação com minha filha, aprendo a oferecer mais amor e ter mais paciência”, diz a detenta que tem um bebê de apenas cinco meses, que está com ela na unidade prisional.

Segundo a diretora da unidade penal, Mari Jane Boleti Carrilho, iniciativas que trazem equilíbrio emocional e aumentam a qualidade de vida possuem grande aceitação por parte das reeducandas. “Proporcionar momentos de lazer também é uma forma de tirar a ociosidade, além de contribuir na mudança de comportamentos, o que melhora também na disciplina da unidade”, destacou.

Para o desenvolvimento do projeto, a 50ª Promotoria de Justiça, representada pela promotora Renata Ruth Goya, realizou a doação dos colchonetes e intermediou o contato com o professor para atender ao sistema prisional. No EPFIIZ, os trabalhos estão sendo coordenados pela agente penitenciária Janaína Ajala.

As ações de reinserção social dentro das unidades penais do Estado são coordenadas pela Diretoria de Assistência Penitenciária (DAP) da Agepen. (Com informações da Agepen)