Agronegócio

Arroba do boi segue com pressão de baixa

Greve dos transportadores está afetando mercado. Retirada dos animais nas fazendas está comprometida

24 MAI 2018 • POR Éder Campos • 10h59
Pecuarista está com dificuldades para tirar gado da fazenda - CBN Arquivo

Mesmo com a pecuária na entressafra, por conta do período seco, ainda restam animais terminados nos pastos prontos para o abate. O pecuarista está com dificuldades para “limpar” o rebanho e  dar maior folga na taxa de lotação. A razão é que o mercado não está favorável para o pecuarista, as negociações estão frias, as escalas cada vez mais longas com média de espera de uma semana.

De acordo com o consultor de mercado, Frederico Costa Leite, da LF Negócios Pecuários, outro fator que está impactando negativamente na arroba é a lentidão das vendas no atacado. “O mercado está travado pelo baixo consumo. A população diminuiu o consumo por conta do poder aquisitivo que anda comprometido devido à situação político-econômica do país” ressalta Frederico.

Cotações no MS

O Frigorífico Marfrig em Batagassu e Paranaíba trabalha com boi de R$ 131,00 a arroba no prazo 30 dias. Fêmeas R$ 121,00 também nesse prazo.

No JBS a arroba do boi R$ 130,00 com 30 dias, vacas R$ 120,00@ 30/d dias e novilhas R$ 121,00@ 30/d.

Os frigoríficos Frizelo de Terenos e o Boibras de São Gabriel do Oeste  trabalham com boi de R$ 128,00@ a vista, vacas R$116,00@ a vista e novilhas R$ 118,00@ a vista.

A questão é até quanto esse cenário será desfavorável para o produtor? Segundo Frederico isso deve permanecer até a primeira quinzena de junho, devido a oferta de gado gordo disponível neste momento, que deve diminuir a medida que terminem os animais da safra de verão.

Greve dos caminhoneiros

Abates estão suspensos em várias unidades frigorificas. A greve dos transportadores está afetando diretamente a pecuária de corte. Embora cargas vivas estejam sendo liberadas, os caminhões boiadeiros que trafegam vazios não estão chegando às fazendas para retirada os animais por conta do movimento. Já os caminhões que fazem escoamento das carcaças não chegam para serem carregados e, os carregados não conseguem chegar à distribuição. Os frigoríficos então suspenderam o abate até o fim desta semana.

Ouça áudio do consultor de mercado Frederico Costa Leite: