Paralisação

Combustível e gás acabam, hortifrúti e carne estão escassos

Sindicato Rural contabiliza prejuízo de 1 milhão e gás no presídio pode acabar

24 MAI 2018 • POR Lucas dos Anjos • 14h55
Paranaibenses correm para abastecer a despensa - Talita Matsushita/JPNEWS

Os moradores de Paranaíba (MS) já estão sentindo os reflexos da greve dos caminhoneiros pelos 25 estados do país.  Na tarde de quarta-feira (23) etanol e gasolina já acabaram na cidade e alguns depósitos de gás de cozinha já estão com os estoques vazios. O fato se repete também no setor de hortifrúti.

“A parte de secos e molhados nós temos grande estoque e levaria muito tempo para se esgotar, mas carnes e verduras que chegam várias vezes na semana já estão findando, por conta do medo das pessoas em ficar sem e isso fez com que as vendas subissem”, explica Leninha de Souza gerente de uma rede de supermercados.

Leninha alerta a população que não precisa ter pânico, pois o estoque do setor de secos (arroz, feijão, óleo, macarrão) é suficiente para um longo tempo.

Em contato com outros mercados, eles mantiveram o mesmo posicionamento, e informaram que a defasagem é apenas no setor de frutas, verduras e carne. O gerente de uma rede de supermercados, explicou que as lojas pretendem diminuir o volume de venda para pessoa jurídica, visando o abastecimento dos lares.

Segundo Flávio Cury, empresário que possui depósito de gás e transportadora, o estoque levando em consideração o nível diário de venda daria apenas para um dia, mas caso aumente, acabará ainda nesta quinta-feira (24). “Nosso estoque já acabou, pois não estamos reabastecendo e o fluxo normal de vendas aumentou”, pontua ele.

Cury disse ainda, que a greve é legítima e positiva para a sociedade, pois todos estão sofrendo. “Eu tenho carreta, estão paradas,  demiti o motorista, não tem condições de rodar, todos estão sofrendo com a alta dos preços. Fiz questão de ir lá e ajudar eles [caminhoneiros]doei tendas para que eles possam se proteger do sol”, disse.

“Como a gente não recebeu o gado tivemos que adiar o leilão, para nós o prejuízo chega a R$1 milhão por não realizar o evento, mas isso recuperamos em outra edição, quem sofre um pouco mais são os produtores que precisam escoar o gado”, enfatiza Agda Freitas, da Leilosin.

Por telefone, o setor de recursos humanos do frigorífico Marfrig, explicou que na quarta-feira foi necessário liberar parte dos funcionários, pois não houve abate. Cerca de 600 bovinos estavam no curral e na manhã de quinta-feira eles conseguiram a liberação para abater os animais, caso a greve continue, possivelmente a unidade não terá expediente na sexta-feira (25).

Outro órgão que foi afetado por conta da paralisação foi à unidade penitenciária de Paranaíba, que possui três botijões de 190 quilos de gás a granel e utiliza cerca de 30 quilos por diária para preparar cerca de 380 refeições.

Segundo a nutricionista responsável pela cozinha, o quantitativo na dispensa suportaria mais três dias, por conta disso eles compraram alguns botijões de P45 (gás comum) para evitar problemas futuros.