Levantamento

Protesto de caminhoneiros atinge 60% das indústrias de MS

Em Três Lagoas, o protesto ocorre na BR-262, na saída para São Paulo

24 MAI 2018 • POR Redação • 16h12
Em Três Lagoas, protesto ocorre na BR-262, na saída para São Paulo. - Divulgação/Assessoria

A greve dos caminhoneiros em todo o país completou quatro dias e já reflete diretamente nas indústrias de Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), 60% das indústrias estão com as atividades paralisadas. Isso corresponde a 3.720 estabelecimentos dos 6.201 existentes no estado.

O presidente da Fiems, Sérgio Longen, alerta sobre possível atraso no pagamento dos salários dos 121.501 trabalhadores das indústrias sul-mato-grossenses. “Se as indústrias estão paradas, elas não produzem e, se elas produzem, também não podem vender e, se não vendem, também não podem ter os impostos recolhidos. Na próxima semana, não tem como pagar a folha de pagamento dos nossos trabalhadores e, portanto, essa paralisação é uma preocupação imediata das empresas, pois elas não podem parar”, destacou o presidente da Fiems.

Na avaliação dele, a forma de protesto utilizada pelos caminhoneiros preocupa, pois vem no momento em que o Brasil dá os primeiros passos para sair da crise. “Entendo que é justa a manifestação e está dentro do direito democrático da categoria, mas interromper a produção de setores que abastecem a sociedade não é correto e isso eu não posso concordar. Entendo como justa a reivindicação deles, precisamos redefinir o modelo de reajuste dos preços dos combustíveis porque não é aceitável simplesmente acatar os parâmetros adotados pelo Petrobras, que enxerga apenas o seu lado como empresa, sem levar em consideração a situação do resto da sociedade. É muito difícil hoje que seja mantida essa política de aumento”, analisou.

O presidente destaca que governo federal precisa rever a política de preço dos combustíveis. “Claro que a política de preço da Petrobras, de avaliar o mercado internacional e a variação do dólar está correta, mas entendemos que distribuir a gasolina com um preço parecido com o do óleo diesel é complicado. Defendemos, por exemplo, que a gasolina seja mais cara e que o diesel seja mais barato, na condição de que o diesel é o combustível utilizado para o transporte da produção brasileira”, assegurou.