Moda

Monagramas, mas com um twist: essas são as novas bolsas da Louis Vuitton

A coleção de estreia de Virgil Abloh para a linha masculina da label contou com bolsas inesperadas.

22 JUN 2018 • POR Redação • 08h35

A estreia de Virgil Abloh como diretor criativo do menswear da Louis Vuittonreafirmou de uma vez por todas a influência do criador no mundo da moda. Vindo da engenharia e da arquitetura, ele desenvolveu sua linguagem principalmente por meio da Off-White, marca que conquistou tanto o público do streetwear quanto do universo do luxo. Nas passarelas de uma das marcas mais emblemáticas da história da moda, o criativo de 37 anos compartilhou com o público um pouco de seu modus operandi: não que seus fãs não fossem compreender suas referências, mas foi necessário construir essa coleção como quem apresenta um novo léxico para quem acompanhou a marca até aqui. Tudo parte de um contexto que vê uma mudança radical no desejo de quem consome moda.

“O maior objetivo de uma primeira coleção em qualquer cenário é começar algo porque assim as pessoas podem entender o novo vocabulário”, escreveu ele no Instagram antes do desfile. O convite para o show era um dicionário ou “uma definição liberal de termos e explicação de ideias”, como apresentou. E a primeira letra do alfabeto foi definida com um termo que representa a base da Louis Vuitton: “accessomorphosis”. De acordo com ele, essa é a descrição da transformação de um acessório em peça de vestimenta. A capacidade de uma bolsa ou um colete de definirem uma ideia.

Nomeada Colour Theory e composta por 56 looks diferentes, é claro que as bolsas não ficariam em segundo plano nesta coleção, uma vez que elas estavam nas mãos de um criador que foi expert em recriar o léxico do que é moda e estilo dentro e fora de suas parcerias — é só lembrar da recente criação para a Rimowa, uma mala de rodinhas transparente, que convida o consumidor a ter participação ativa na concepção do resultado.

Bolsas com shapes icônicos, como a Keepall, a Runner ou a Petit-Malle (uma versão maior dos grandes baús que construíram a fama da label ao longo da história) ganharam cores e tecidos novos: vermelho, verde e até mesmo o plástico, marca registrada de Virgil, ganhou tonalidade nova, a iridescente. As tradicionais peças de couro com monogramas e as bolsas de mão também ganharam correntes de cerâmica que iam do preto às cores do arco-íris e que, dependendo do look, se transformavam em braceletes e colares.

Cintos e peças utilitárias vestiam a cintura e o tórax dos modelos, lembrando os acessórios carregados por policiais americanos e delineando a forte crítica que acompanha os coletes reforçados que apareceram na passarela. A origem estadunidense de Virgil, e seu foco em discutir a diversidade e inclusividade foram muito além da decisão de trazer estudantes para a plateia e fazer um casting compromissado com a verdade. Na letra Z de seu dicionário, a definição era a seguinte: “se você chegou até aqui, obrigada por seu tempo.” Nada passou despercebido por Virgil.

(mdemulher)