Habitação

Mais de dez mil famílias aguardam na fila por casa própria em Três Lagoas

Construção de moradias populares esbarra na falta de áreas públicas no município

14 JUL 2018 • POR Ana Cristina Santos • 09h00
Alegando falta de condições de pagar aluguel, famílias invadem área privada na saída de Três Lagoas - Hugo Leal/ JPNews

Mais de dez mil famílias de Três Lagoas aguardam na lista de espera do Departamento Municipal de Habitação por uma casa própria. De acordo com o último levantamento feito há dois anos, 4,8 mil famílias consideradas de baixa renda aguardavam por uma moradia popular. No entanto, contabilizando os funcionários públicos e pessoas que chegaram recentemente para trabalhar na cidade, o cadastro chega a quase onze mil famílias.

Segundo a diretora do Departamento de Habitação, Sônia Góis, esse cadastro, porém, é classificado por faixa, conforme a renda salarial. Nem todas as pessoas cadastradas são de baixa renda, algumas têm faixa salarial mais elevada, entretanto, também não possuem imóvel.

RECURSO
A construção de moradia popular é um dos debates das sessões da Câmara de Três Lagoas. O vereador Gilmar Garcia Tosta (PSD), por exemplo, sugeriu por meio de indicação que a prefeitura destine 2% do orçamento do município para a construção de casas. Para o parlamentar, “o poder público precisa ter um olhar especial para famílias que encontram dificuldades para pagar aluguel”.

A diretora do Departamento de Habitação aponta que a solução da falta de casas para famílias de baixa renda esbarra em outro problema: o município não possui áreas próprias para a construção de casas. 

No momento, segundo Sônia Góis, o poder público busca a regularização de uma área que pertencia à extinta Rede Ferroviária Federal, hoje anexada ao patrimônio da União,  nas proximidades do Batalhão da Polícia Militar, para construir cerca de 400 casas.  Essa é a única área pública disponível.

Para construir mais moradias, o município teria que desapropriar outras e aí surge outro problema: o valor elevado de imóveis na cidade. 

Em relação a uma área de 12 mil metros quadrados, localizada às margens da rodovia BR-262, na saída de Três Lagoas para Brasilândia, invadida desde março deste ano por centenas de famílias, a prefeitura já adiantou que não tem interesse em desapropriar.

A dona da área ingressou na Justiça com uma ação de reintegração de posse, mas a Justiça ainda não deu sentença. As famílias alegam que invadiram o local por falta de condições de pagar aluguel.