Três Lagoas

Câmara apura responsabilidade por computadores parados

Prefeitura comprou mais de três mil computadores, mas alunos continuam sem equipamentos

22 AGO 2018 • POR Ana Cristina Santos • 08h46
Prefeitura comprou mais de três mil computadores, mas alunos continuam sem equipamentos - Arquivo/JPNews

A Câmara de Vereadores de Três Lagoas apurara eventual irregularidade e responsabilidade na compra e utilização de netbooks adquiridos em 2012, na gestão da ex-prefeita Márcia Moura (PMDB). Mais de três mil computadores foram adquiridos por meio do programa “Um computador por Aluno” (PROUCA), projeto do governo federal. A intenção era de que alunos do 3° ao 9º ano das escolas municipais contassem com mais essa ferramenta para os estudos.

A previsão era de que os estudos na Rede Municipal com o auxílio dos netbooks tivessem iniciado no segundo semestre de 2012. Ao todo, foram adquiridos 3.070 computadores portáteis pelo valor de R$ 1.056,632, 60.

Depois que os notebooks foram adquiridos, a administração municipal viu a necessidade de adaptação na parte estrutural das escolas, como por exemplo, armários para guardar os computadores após o uso pelos alunos. Além disso, haveria a necessidade de adequação da rede elétrica e instalação de rede de internet nas escolas.

A administração passada foi encerrada, sem os computadores serem instalados nas escolas. A atual gestão municipal ao assumir, encontrou os computadores no almoxarifado da prefeitura, e informou que tentaria implantar o projeto, o que não ocorreu em sua totalidade.

Diante disso, o Ministério Público Estadual encaminhou ofício ao Legislativo solicitando que os vereadores apurassem essa situação.

Nesta segunda-feira (20), a Comissão de Educação da Câmara realizou oitivas para apurar denúncias de irregularidades em relação à aquisição dos computadores e o não funcionamento do programa.

Foram ouvidos, o técnico em informática, Edson Antônio Dias Júnior e Larissa Rodrigues da Silva, diretora do Departamento Administrativo da Prefeitura de Três Lagoas. Eles prestaram esclarecimentos sobre o projeto e as dificuldades para efetivar o uso dos equipamentos.

Edson era funcionário da empresa contratada para instalar a rede de internet nas escolas e, atualmente, atua na prefeitura, com a manutenção de equipamentos. Ele informou que a referida empresa foi contratada apenas para instalar a rede lógica e elétrica, sendo que não havia previsão de que colocasse os netbooks para funcionar.

Ainda assim, segundo ele, a empresa teria deixado, como bônus, cinco escolas em funcionamento, repassando para a prefeitura o sistema que deveria ser usado para efetivar o funcionamento em outras dez escolas da rede. Atualmente, ele disse que só tem conhecimento de que a escola Filinto Müller estaria fazendo pleno uso dos equipamentos.

Larissa Rodrigues informou aos vereadores Marcus Bazé e Davis Martinelli sobre a contratação de serviços de manutenção e monitoramento da rede, adequação da rede e adequação de cabeamento estrutural, sobretudo sobre um aditivo para os referidos servidos.