Contradição

Odilon e filho tentaram mentir sobre motivo do encontro com Puccinelli na prisão

Encontro aconteceu dia 8 de outubro, dois dias antes do MDB anunciar apoio ao juiz aposentado

17 OUT 2018 • POR Da redação • 17h36
Odilon e filho tentaram mentir sobre motivo do encontro com Puccinelli na prisão - Divulgação

A visita a André Puccinelli (MDB), que encontra-se preso há mais de dois meses no presídio de Campo Grande, realizada pelo vereador Odilon Oliveira Jr., filho do candidato a governador Odilon Oliveira (PDT), ainda está dando muito o que falar em Mato Grosso do Sul.

O encontro aconteceu no dia 8 de outubro, dois dias antes do MDB anunciar apoio ao juiz aposentado, que viu com naturalidade o encontro do seu filho com o ex-governador. Para o magistrado aposentado, o apoio do partido, que tem a principal liderança atrás das grades, enriquece o PDT.

O que mais chamou a atenção sobre esse fato, que foi amplamente discutido nas redes sociais por eleitores que votaram no juiz no primeiro turno, muitos, inclusive, fazendo questão de declarar que não vão votar nele no segundo turno por conta desse apoio, é a contradição da versão da visita feita pelo juiz e o vereador. Odilon disse que seu filho foi ao presídio não visitar André Puccinelli, mas sim seu filho André Puccinelli Jr., por conta de terem sido colegas de turma na UCDB, quando faziam Direito. No entanto, “Andrezinho” se formou em 1999 e “Odilonzinho” se formou em 2006.

Já o filho do candidato a governador, embora também tenha negado que a conversa tenha sido sobre o segundo turno, acabou desmentindo Odilon, confirmando que realmente se em encontrou com o ex-governador André Puccinelli, mas como advogado, por conta de possível colaboração na sua assessoria jurídica. Porém, a defesa do líder do MDB continua sendo comandada pelo maior advogado criminalista do Estado, Renê Siufi.

No entanto, o presidente regional do PDT, deputado federal Dagoberto Nogueira, confirmou a conclusão das negociações do vereador de Campo Grande Odilon Júnior com o ex-governador André Puccinelli, na prisão, sobre aliança do MDB com o PDT no segundo turno das eleições para governador. Dagoberto disse ainda que o presidente de honra do partido, João Leite Schimidt, foi quem começou o acordo com o MDB. Odilon Júnior apenas terminou de selar a aliança com André.

De acordo com o livro de visitas do Centro de Triagem de Campo Grande, que registra todas as entradas e saídas do estabelecimento prisional, incluindo atendimentos de advogados, Odilon Junior entrou às 11h37 de 8 de outubro, junto com o advogado Luiz Pedro Gomes Guimarães, um dos responsáveis em pedir CPI que resultou na cassação do então prefeito Alcides Bernal. Luiz Pedro, na operação Coffee Break, é um dos réus acusados de formar uma quadrilha de empresários e vereadores, que teriam recebido dinheiro para afastar o ex-prefeito.

André Puccinelli foi preso às vésperas da convenção do MDB que iria lançá-lo candidato ao governador, durante mais uma etapa da operação da Polícia Federa, no dia 20 de julho desse ano. Ele é acusado de liderar organização criminosa que realizava fraudes em licitações, superfaturamentos em obras públicas e pagamento de propinas a agentes públicos. A suspeita é de que tenham sido desviados cerca de R$ 235 milhões.