VENDA

Mesmo com pendência jurídica, russos mantém interesse na UFN 3

Russos se reuniram na semana passada com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico

19 NOV 2018 • POR Ana Cristina Santos • 08h47
Obras de construção da UFN 3 foram paralisadas em dezembro de 2014 - Arquivo /JPNEWS

O grupo empresarial Acron Group - um dos maiores do mundo na produção fertilizantes minerais, com negócios em 60 países- mantém interesse na aquisição da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3) da Petrobras, em instalação em Três Lagoas.

O posicionamento foi dado durante reunião na semana passada entre os russos com o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaime Verruck, e o presidente da MSGás, Rudel Trindade

Durante a reunião, os russos informaram que tem acompanhado o processo de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que questiona dispositivos da Lei das Estatais, aplicáveis à venda de controle acionário de empresas, que suspendeu a venda fábrica.

A estatal já negociava a venda da fábrica com o grupo russo, antes da decisão que proibiu a desalienação sem aprovação do Congresso Nacional. A Petrobras alega que, apenas a Araucária Nitrogenados, do Paraná, foi diretamente afetada. Em setembro do ano passado, a Petrobras anunciou a venda das duas fábricas.

Dessa forma, a suspensão provisória do processo de desinvestimento, impacta apenas a efetiva e definitiva assinatura do contrato de venda relativo às duas unidades. Entretanto, a Petrobras entende que é possível continuar evoluindo nas discussões e tratativas relativas aos aspectos técnicos e negociais que fazem parte da alienação da UFN 3, objetivando uma conclusão futura da transação.

 A Petrobras está avaliando medidas cabíveis e reforça a importância do Programa de Parcerias e Desinvestimentos para a redução do seu nível de endividamento e geração de valor por meio da gestão de portfólio, em linha com seu Plano Estratégico e Plano de Negócios e Gestão 2018-2022.

Em março deste ano, a Câmara de Vereadores de Três Lagoas aprovou projeto de lei autorizando a prefeitura prorrogar o prazo para a conclusão da obra. Pelo projeto de lei de doação da área, a estatal teria até 27 de março deste ano para concluir a fábrica, caso isso não acontecesse, o terreno voltaria para o município.

A Petrobras, no entanto, solicitou prorrogação do prazo sob a alegação de que a fábrica está em processo de venda e que a obra não ficaria pronta nesse prazo. Diante da necessidade de retomada da obra, e levando em consideração a importância do empreendimento para Três Lagoas, os vereadores concordaram em prorrogar o prazo.