Agronegócio

Pastagens de MS estão ameaçadas por praga sem controle

Há relatos de infestação por percevejo castanho em vários municípios da região norte. Produtores não sabem o que fazer

28 NOV 2018 • POR Éder Campos • 11h38
Percevejo castanho traz risco para pastagens em Mato Grosso do Sul. Praga não tem controle - Agência Embrapa

Produtores rurais e empresas de sementes forrageiras estão apreensivos com o percevejo castanho (scaptocoris castanea), uma praga que está fora de controle e atacando várias propriedades na região norte de Mato Grosso do Sul.

Há relatos de perdas com até 100% em pastagens infectadas pelo inseto que se alimenta da seiva das raízes de todas as culturas. As pastagens do gênero brachiaria são as que têm maior incidência e  recebem ataques mais severos, o que está colocando produtores em alerta.

O pecuarista Fábio Giron, Fazenda Araçatuba do Piquiri, de Pedro Gomes (350 km da capital), diz que há 10 anos aproximadamente identificou a praga em sua fazenda. Atualmente, cerca de 200 hectares estão infestados. “Eu tive uma perda muito severa, mais de 200 hectares eu perdi de marandu, piatã, MG4 e também de panicum”, diz Giron.

Segundo a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte Fabrícia Zimermann Torres, ainda não há controle capaz de conter o avanço do inseto  “O produtor terá que conviver com a praga. Nutrir bem a planta com adubação pode minimizar as perdas, não existe controle químico ou biológico para combater”, ressalta a pesquisadora.

As empresas que cultivam e vendem sementes de pastagens também estão receosas com o domínio e a falta de controle dos insetos. Osmair Nogueira, engenheiro agrônomo e gerente comercial de uma empresa, diz que  a situação é alarmante. “Fizemos visitas a clientes e verificamos áreas com 30, 40 até 70% de danos, sendo necessário reforma de pasto. Os ataques continuam mesmo depois do pasto reformado. Estão totalmente dizimados, a questão agora é o que fazer”, indaga Nogueira.

O pecuarista Fábio Giron buscou ajuda da Embrapa, porém diz acreditar que a entidade está sem recursos para investir em pesquisas de manejo. “Estive na Embrapa, conversei com pesquisadores, disseram que é falta de fertilidade ou adubação, mas não é! Fiz reformas, adubação de correção, nada resolveu", conta Giron.

Por enquanto, o produtor terá que conviver com a praga e seguir as recomendações agronômicas sugeridas pela Embrapa para tentar minimizar as perdas.