Agronegócio

Onda de calor mata animais em confinamento na Argentina

Desde o início de fevereiro temperaturas passam dos 46ºC. O excesso de calor verificado está fora da normalidade

7 FEV 2019 • POR Éder Campos • 06h00
Animais mortos em confinamento na Argentina devido forte calor. Cerca de 500 cabeças numa propriedade - Senasa

A onda de calor da semana passada afetou fortemente a pecuária argentina que sofre com perdas devido ao estresse gerado pelas altas temperaturas. No mercado de Liniers, que é o centro de comercialização de gado vivo mais importante e abastece a indústria frigorífica de Buenos Aires e da Grande Buenos Aires, as perdas atingiram 100 animais.

Uma das áreas mais afetadas, foi o oeste da província de Buenos Aires, onde existem quatro grandes confinamentos na Argentina. Os estabelecimentos sofrem com perdas de gado desde o início de fevereiro devido ao estresse térmico que atinge a região.

Na Estância  La Candelaria por exemplo, distante cerca 120 km da Capital, mais de 500 animais morreram. Esse confinamento perdeu pouco mais de 1% do rebanho, percentual considerado como o nível mais alto de mortalidade já registrado no país devido ao calor.

Especialistas e produtores rurais concordam que a causa foi o "empilhamento"  que sufocou os animais nos bebedouros, que buscavam hidratar e baixar a temperatura corporal.

As altas temperaturas também afetam o gado leiteiro que com o  "estresse térmico" estão produzindo menos. Os limites da zona de conforto de temperatura para o gado foram amplamente excedidos. Os bovinos de leite, de acordo com o Índice de Temperatura e Umidade, têm um limite de 68 pontos, e estão perto de 75. Por sua vez, o gado para produção de carne tem um limite de até 75, mas se aproximando de 90 pontos.

As áreas com maior impacto de temperaturas são Santa Fé, Entre Ríos, Córdoba, ao norte e oeste da província de Buenos Aires onde a temperatura chega próximo dos 46 graus celcius.