Aves e aviões

Agricultura pode resolver problemas em aeroportos

Proposta é manejar o solo de modo que a vegetação nas áreas próximas a pistas de aeródromos reduzam as oportunidades de alimentação

17 MAR 2019 • POR Marcelo Marcos • 11h40
Pesquisadores propõe o termo “Agricultura de aeroporto” para definir um conjunto de técnicas de manejo de cobertura vegetal de solo - Reprodução

Um artigo publicado recentemente por dois pesquisadores propõe o termo “Agricultura de aeroporto” para definir um conjunto de técnicas de manejo de cobertura vegetal de solo que pode reduzir a presença de aves e de outros animais em áreas próximas a pistas de aeroportos. 

Francisco Dübbern de Souza e Marcos Rafael Gusmão escreveram o texto “Cobertura vegetal em aeroportos e gerenciamento de risco de fauna. No artigo os autores propõem um conjunto de práticas agronômicas que visa obter uma cobertura vegetal do solo em faixas de pista em aeroportos, que contribua para a redução de acidentes pelo choque de aves com aviões durante aterrissagem e decolagem.

Francisco conta que quando começou a pesquisar não imaginava a interface que o tema teria com o setor aeroviário. Tão logo a notícia do projeto se espalhou, representantes do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), órgão vinculado ao Comaer (Comando da Aeronáutica), e de aeroportos brasileiros concessionados o procuraram, interessados nos resultados dos estudos. 

A proposta é manejar o solo de modo que a vegetação nas áreas próximas a pistas de aeródromos reduzam as oportunidades de alimentação, tornando a área menos atrativa a animais.

A própria operação de poda de gramas pode atrair aves, já que ela resulta em súbita disponibilização de alimentação para várias espécies de aves, atraindo-as e aumentando riscos de colisões com aeronaves. Uma possível forma para evitar esse problema é a poda noturna, já realizada em vários aeroportos brasileiros.

TRÊS LAGOAS

O aeroporto municipal Plínio Alarcon, de Três Lagoas, sofre com a presença de aves que encontram no local restos de carne e comida deixada pela população. A situação é investigada pela Polícia Civil, que procura por autores do crime ambiental.