Irregular

Programa de combate ao trabalho infantil registra 30 casos em Três Lagoas em um ano

Exploração de menores foi registrada em borracharias, na feira livre, em bares e em obras da construção civil na cidade

22 JUN 2019 • POR Kelly Martins • 06h45
Em 2012, o fotógrafo Danilo Fiúza flagrou uma criança em obra de construção. - Arquivo/JPNews

Autoridades de Três Lagoas registraram 30 denúncias de crianças e adolescentes, com idade entre nove e 17 anos, trabalhando de forma irregular. Os dados são referentes ao período de um ano. Em um dos casos, um menino de 14 anos foi internado com queimadura nos olhos ao trabalhar como soldador. Outros menores foram encontrados trabalhando como servente de pedreiro, em borracharias, bares, na feira livre e, principalmente, vendendo doces nas ruas à noite.

Na lista de casos que configuram trabalho infantil ainda há menores que trabalham para o autoconsumo, ou seja, para a própria sobrevivência. 

Os flagrantes foram registrados pela equipe do Peti (Projeto de Erradicação do Trabalho Infantil), ligado à Secretaria Municipal de Assistência Social. “O maior desfio da equipe é identificar o que é trabalho infantil e o que não é, após uma denúncia, por exemplo. Principalmente as atividades ‘invisíveis’, como o trabalho doméstico de uma babá. Situações que muitos não denunciam”, explicou a coordenadora do Peti, Aline Silva Martins. 

Ela destaca que a partir do momento em que o trabalho infantil é identificado, o caso é encaminhado ao Creas (Centro de Referencia Especializado de Assistência Social), responsável pelo atendimento junto à família por meio de psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais. 
A coordenadora aponta que o trabalho infantil causa danos físicos, psíquicos, educacionais e sociais. 

A data de 12 de junho é o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil e a campanha “O Trabalho Infantil Não É Brincadeira” foi lançada em Três Lagoas, conforme Aline Martins.