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Grupo empresarial da Rússia desiste da compra da UFN 3. ATUALIZADA

Nota da Petrobras não cita causas de encerramento da negociação sem sucesso

26 NOV 2019 • POR Valdecir Cremon • 09h02
Obra tem 82% de projeto conluído e seria vendida ao grupo da Rússia - Arquivo/JPNEWS

A Petrobras emitiu uma nota nesta terça-feira (26) para comunicar o encerramento das negociações com o grupo empresarial russo Acron Group para vendas das instalações inacabadas da UFN 3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), de Três Lagoas, e uma fábrica semelhante, em operação, de Araucária (PR).

A nota não cita as causas do encerramento da negociação. A Petrobras diz apenas que mantém "posicionamento estratégico de sair integralmente dos negócios de fertilizantes" com a venda das quatro fábricas que possui. A nota diz ainda que o desinvestimento visa "otimização do portfólio e à melhora de alocação do capital da companhia".

No mercado correm informações não confirmadas de que o Acron teria oferecido US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,2 bilhões) pelas duas unidades - valor que teria ficado perto de dois terços do pretendido pela Petrobras. O custo de instalação da UFN 3 chegou a R$ 3,5 bilhões até a paralisação das obras, em dezembro de 2014. A Petrobras não fala em números da negociação.

BOLÍVIA X RÚSSIA

A queda do ex-presidente boliviano Evo Morales está diretamente ligada ao fim das negociações entre Petrobras e o Acron Group por conta da ligação politica dele com o governo do presidente russo Vladimir Putin. A Rússia rompeu relações com a Bolívia ao não reconhecer o governo provisório instalado no país. 

Na semana passada, o grupo russo informou ao governo boliviano a suspensão de um acordo para instalação de uma joint venture de comercialização de ureia no Brasil e no exterior, quando a UFN 3 entrasse em operação. A negociação deu sequência a um contrato de fornecimento de gás natural à fábrica três-lagoense, fechado em outubro entre Moraes e Putin, em Moscou.