NADA DISSO!

Professor preso por tráfico acusa polícia de SP de forjar flagrante

Guilherme Lelis disse que foi "escolhido" por PMs e que drogas foram "plantadas" em sua mochila

18 JAN 2020 • POR Valdecir Cremon • 07h39
Guilherme Lelis deu entrevista ao "RCN Notícias" e negou uso de drogas - Reprodução/TVC

O  assessor superior da educação da Prefeitura de Três Lagoas e candidato derrotado a vereador pelo PSB nas eleições de 2016, Guilherme Barbosa Leles, de 36 anos, saiu do CDP (Centro de Detenção Provisória) de Bauru (SP) depois de 19 dias preso por uma acusação de tráfico de drogas. Gabriel Lucas Gomes, de 32 e também de Três Lagoas, preso no mesmo flagrante, também teve a prisão relaxada e vai responer a inquérito em liberdade.

Lelis disse em entrevista ao jornal "RCN Notícias", nesta sexta-feira (17), que ficou em uma cela "gelada e sem uma manta" durante o tempo em que ficou preso.

"Os policiais pegaram minha bolsa, que só tinha cremes e 'mary cay', e todos viram que não tinha nada. Depois, um deles me disse: 'cadê a droga? Você tem meio quilo de droga!'. Eu disse, não! Sou professor e não uso drogas. Nunca recebi nem multa de trânsito!", afirmou.

Na abordagem da Polícia Militar em um posto de combustíveis usado como ponto de parada de ônibus, na rodovia Marechal Rondon (SP-300), Lelis disse que recebeu dois socos no peito antes de ser algemado. De acordo com o boletim de ocorrências, ele teria tentado fugir, com Gabriel Gomes, para dentro de uma loja de conveniência ao ver policiais militares no local.

Com eles, a polícia diz ter encontrado cerca de R$ 2 mil em dinheiro, um celular e porções de maconha, cocaína, ecstasy e LSD (ácido lisérgico), além de sacos plásticos de fechamento hermético e substâncias desconhecidas.

Os dois iriam à Bahia participar de uma festa rave.

O professor e palestrante de combate às drogas afirmou que também foi discriminado na Delegacia da Polícia Civil e no Fórum de Bauru. "O defensor público pouco falou e o promotor do Ministério Público queria me manter preso", afirmou.

As acusações, segundo ele, foram feitas ao Poder Judiciário.

A reportagem não conseguiu contato com o delegado Frederico José Simão, que assina o boletim de ocorrência da prisão da dupla, nem com o comando da PM de Bauru. A Secretaria de Segurança Pública não respondeu pedido de entrevista até a publicação desta reportagem. Gabriel Lucas Gomes não foi localizado.

Veja a entrevista na íntegra: