Paranaíba

Exames dão positivo para 221 casos de Leishmaniose canina

Grupo de voluntários que resgata animais de rua pede ajuda para manter trabalho e alerta para riscos à população

18 JAN 2020 • POR Talita Matsushita • 08h41
Animais infectados são encontrados soltos nas ruas; ONG alerta para riscos às moradores de Paranaíba - Imagem cedida

Paranaíba registrou em 2019 cinco casos de leishmaniose em humanos, deste total apenas dois casos não foram transmitidos em Paranaíba. Em animais o número é de 316 exames realizados e 221, ou seja, 70% com resultado positivo.
 De acordo com o médico veterinário  da Vigilância em Saúde, Gilson Piva Filho, a maioria dos animais em que foi feito o exame são animais que moravam na rua, porém tinham um tutor, além disso um percentual significativo são de animais que moram na rua.

Ele explicou que todos os animais em que houve a confirmação da leishmaniose foram sacrificados com eutanásia. “O tratamento é caro. O remédio é importado, por isso, a maioria opta pelo sacrifício do animal, mas ele não é obrigatório”, explicou.

O crescimento do número de casos coloca Paranaíba em estado de alerta, porque há casos positivos em todos os bairros do município.

A leishmaniose é provocada pelo parasita Leishmania, transmitido pelo mosquito Flebótomo (palha), que se reproduz através de matéria orgânica em decomposição, como fezes de animais e folhas de árvores, encontrada em terrenos baldios.

VOLUNTÁRIOS

Juliana Rezende, voluntária do grupo Amigos dos Animais, que cuida de animais de rua, disse que quando chega a denúncia para seu grupo a situação já está avançada. “Sabemos que o animal pode sobreviver se não tiver avançado. O município deveria nos ajudar neste tratamento. Não é só fazer a eutanásia. Aqui não temos vacinação contra leishmaniose, por exemplo”, disse.

A voluntária aponta que a incidência da doença é caso é de saúde pública. “Cada animal que eu resgato, para fazer o teste é R$ 150, mais consulta, que sai por R$ 100, se não tiver chance tem que pagar a eutanásia, aí vai mais R$ 150. Deveríamos ter um acesso melhor com os órgãos municipais, que não têm plantão e trabalha só meio período. Poderiam nos dar um apoio melhor”, contabilizou.