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MP vê irregularidades na transferência de paciente

Pai e filho, pacientes do SUS, aparentemente não passaram por regulação

16 MAI 2020 • POR Talita Matsushita • 08h15
Mesmo com família na cidade, homem é residente de Castanhal no Pará - WM MEDICAL

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul investiga se a transferência de dois homens, um de 49 e outro de 24 anos, pai e filho, foi irregular. Eles estavam no Pará quando apresentaram sintomas da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Um deles, que está internado, não passou pelo sistema de regulação de vagas do Estado e apenas um e-mail da Vigilância Epidemiológica autorizaria o deslocamento.

Segundo o MP, embora um dos homens tenha residência em Paranaíba e possua familiares na cidade, foi comprovado que ele é residente em Castanhal, no Pará, e a transferência se deu sem o procedimento regulamentar, sem seguir protocolo determinado pela Secretaria Estadual de Saúde. Eles saíram do PA em uma UTI aérea, o avião pousou em Iturama-MG e de lá foram encaminhados para Paranaíba numa ambulância contratada de forma particular. Embora o transporte não tenha sido bancado pelos cofres públicos, eles são tratados como pacientes do SUS.“

A situação se torna ainda mais preocupante quando se lê na imprensa nacional que com o colapso da rede pública e privada de hospitais e falta de leitos de UTI em Manaus e Belém por causa da pandemia, pacientes mais ricos destas cidades têm utilizado UTIs aéreas para fugir principalmente para São Paulo e Brasília em busca de tratamento adequado”, diz o promotor Ronaldo Vieira Francisco, responsável pela ação. O objetivo segundo o promotor é evitar que transferências irregulares ocorram, podendo gerar colapso no sistema de saúde local.