Três Lagoas

Irregularidade e falha no cadastro reduz beneficiários do Bolsa Família

Em um ano, 1.514 famílias tiveram o benefício cancelado em Três Lagoas

20 JUN 2020 • POR Ana Cristina Santos • 09h46
Auxílio > Angélica tem cinco filhos e recebe o benefício do programa Bolsa Família - Ana Cristina Santos /JPNews

Em um ano, 1.514 famílias tiveram o benefício do Programa Bolsa Família cancelado em Três Lagoas. Em junho de 2019, o município tinha 5.674 famílias recebendo o benefício do governo federal, enquanto que, neste mês, são 4.160. Segundo dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, 2019 foi marcado por duas grandes fiscalizações feitas pelo Ministério da Cidadania, com cruzamento de dados e atualização dos cadastros.

No ano passado foi feita uma filtragem das famílias e da validade das informações prestadas no CadÚnico.  Assim, de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, mais de mil famílias tiveram o benefício do Programa Bolsa Família cancelado, tanto por iregularidades, quanto por falta de atualização cadastral.

O programa Bolsa atende às famílias que vivem em situação de pobreza e de extrema pobreza. Foi utilizado um limite de renda para definir esses dois patamares. Assim, podem fazer parte do programa todas as famílias com renda por pessoa de até R$ 89 mensais (extrema pobreza); e famílias com renda por pessoa entre R$ 89 e R$ 178 mensais (pobreza), desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos.

Do total de beneficiários do programa, 3.368 famílias são consideradas de extrema pobreza., que sobrevivem com uma renda por pessoa de até R$ 89 por mês. O número de famílias nestas condições, no entanto, caiu, comparado junho de 2020, ao mesmo período do ano passado, quando a cidade tinha 4.641 famílias nessa situação.

Em março deste ano, quando iniciou a pandemia da Covid- 19, 4.194 famílias recebiam o benefício do Bolsa Famílias. Após três meses, apesar da crise econômica e dos reflexos negativos ocasionados pela pandemia do novo Coronavírus, não houve aumento de beneficiários e nem de pessoas em situação de extrema pobreza.

É que durante esse período da pandemia, os beneficiários do programa passaram a receber o dobro do valor que recebiam, por conta do auxílio emergencial.

De acordo com portaria do Ministério da Cidadania, o Bolsa Família não terá o seu valor reduzido nesse período de pandemia. Pelo menos, até o pagamento da terceira parcela do auxílio emergencial de R$ 600, que, no caso do Bolsa Família, está previsto para acontecer até o dia 30 deste mês.

Angélica Martins Farias, de 29 anos, tem cinco filhos, e está na lista dos beneficiários que tiveram aumento do benefício do Bolsa Família. Ela recebia R$ 440, agora com o auxílio, passou a receber R$ 1,2 mil. O dinheiro, segundo ela, é utilizado para compra de comida, pagamento de água e energia. O salário do marido também ajuda nos gastos. Angélica diz que o benefício dá para sobreviver.

Ana Cláudia Martins Farias também é beneficiária do Bolsa Família e tem dois filhos. Antes do auxílio emergencial, ela, os filhos e o marido, sobreviviam com R$ 170 do programa. Agora, também passou a receber R$ 1,2 mil.