ANÁLISE

Maílson diz ao diretor do Senac que equilíbrio no Governo é essencial para aprovação de reformas

Vítor Melo, do Senac, questionou sobre conciliação política do Governo e da equipe econômica

25 AGO 2020 • POR Marcus Moura e Giovanna Dauzacker • 19h12
Economista e ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, Maílson é também autor de um blog sobre economia e política no site da revista Veja. - Isabelly Melo

O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega afirmou ao diretor regional do Senac, Vítor Melo, que o equilíbrio entre as equipes do Governo Federal é essencial para a aprovação de reformas importantes, como a tributária. 

A relação entre o ministro da economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro pode chegar a um ponto de ruptura, na visão do ex-ministro.“Olha, eu não estou profetizando a demissão do ministro Paulo Guedes. Estou achando que pode chegar um ponto de ruptura inevitável, em que ele defende a austeridade fiscal. Do contrário, ele destrói sua reputação. Não acredito que ele aceite as reflexões internas do Governo. Acredito que ele deva preferir sair, ou ser demitido, como alguém que resiste aos desejos políticos do presidente”, respondeu.

Maílson ainda disse estar muito confiante e otimista com a reforma tributária. “ Eu acompanho esta questão tributária, particularmente na área do consumo, desde que eu era secretário-geral do Ministério da Fazenda. Eu fiz parte de uma comissão de reforma tributária em 1983, portanto, há 37 anos. Acompanhei todas as tentativas e nós temos aqui algumas novidades nesta reforma tributária do consumo que é a PEC 45 e a 110”.

O ex-ministro disse que há um cansaço da sociedade com o caos atual do sistema tributário. “Há um cansaço da sociedade e do empresariado com esse caos, essa bagunça, esse manicômio da tributação do consumo do qual o ICMS é a figura mais expressiva, que muda 70 vezes por semana no país”, completou. A reposta completa você confere no vídeo abaixo: