editorial

O meio ambiente e o mercado

Leia o Editorial da edição do Jornal do Povo deste sábado

19 SET 2020 • POR Redação • 05h00
Israel Espíndola/JP

Vai longe o tempo em que os recursos naturais eram vistos como um bem disponível para ser usado pelo homem no desenvolvimento de suas atividades econômicas e na construção do seu conforto , a ser utilizado como bem entendessse, sem qualquer consequência, quase como se chegou a crer que todo o paraíso terrestre havia sido criado para que tudo dele a humanidade dispussesse como bem quisesse.

Aos primeiros sinais de alteração nessa lógica, com a Natureza reagindo as agressões com enchentes e  outras catástrofes, a civilização despertou-se para a importância de preservar os recursos naturais. Num primeiro momento como algo poéticoe distante, privilégio de ecologistas, quase hippies que nada entendiam de progresso e mercado.

Mais adiante, os governos começaram a perceber que a predaão custa caro, em vidas e obras de recuperação depois das enchentes, para citar apenas um exemplo. E o meio ambiente como valor essecial passou a fazer parte dos ministérios e secretariados. Com os menores orçamentos, é verdade, mas pelo menos já com assento nos principais colegiados de decisão. Vieram então os encontros internacioais e as metas comuns às Nações, entendendo que sem a preservação, a humanidade estaria ameaçada. 

Esse alerta deixou de ser poético para se tornar pragmático. Contra eles ficam apenas os obtusos negacionistas de sempre.

Surge finalmente o conceito da sustentabilidade, segundo o qual, todas as atividades econômicas e sociais devem levar em conra o equilibrio com a Natureza, o fim da predação e a preservação dos recusos naturais que, podem e devem ser utilizados, mas nunca destruídos. A partir de então vive-se a realidade atual, na qual o cuidado com o meio ambiente passa a fazer parte da preocupação coletiva a ponto de levar investidores comuns, cidadãos das mais diferentes nações, passaram a exigir que seus recursos só sejam destinados a parceiros que, como eles, pensam no futuro do planeta e da humanidade protegente a Natureza de forma sasia e equilibada.

Não é mais coisa de poeta, mas de investidor. O meio ambiente faz parte do mercado, orienta decisões e ganha assim um valor que nunca teve anos. A preservação então se dará, se não pela consciência, pela pressão na parte mais dolorida do corpo humano dos negacionistas: o bolso.