SAÚDE PÚBLICA

Baixa no índice de vacinação pode contribuir para reaparecimento de doenças erradicadas

Sete casos importados de sarampo foram notificados em Campo Grande

23 SET 2020 • POR Isabelly Melo • 13h57
O baixo índice de vacinação pode ser explicado pela quarentena - Foto: Reprodução

O calendário de vacinação anual estipula diversas vacinas que crianças e adolescentes devem tomar até os 15 anos de idade, porém, neste ano a Secretária Municipal de Saúde Pública (SESAU) tem registrado queda na procura por algumas vacinas.

Segundo o coordenador de imunização da SESAU, Evandro Ramos, o baixo índice de vacinação pode ser explicado pela quarentena, já que alguns pais e responsáveis temem sair de casa e levar as crianças e adolescentes até postos de saúde e pontos de vacinação. “Não foi atingida a meta principalmente por conta da pandemia. Porque a gente teve um isolamento social importante, recomendado pelo ministério da saúde. E nesse sentido tivemos uma baixa procura nas unidades de saúde”, esclareceu Evandro.

Porém, a baixa procura por vacinas não se deve somente a pandemia, pois segundo Evandro já se percebia uma baixa crescente ano a ano na porcentagem de crianças e adolescentes vacinados. O fator preocupante nessa história é a possibilidade da volta de doenças já erradicadas, como o sarampo, “Nós temos sete casos que foram confirmados em Campo Grande, são todo importados, não são do município, mas indica que há a possibilidade de termos situações onde nós possamos ter circulação de doenças e reaparecimentos das que já estão erradicas”, revelou o coordenador.  

Cronograma de vacinação da rede pública Foto: SESAU

Além da pandemia, para o coordenador de imunização da SESAU, movimentos antivacina prejudicam o combate as doenças. “O que temos observado de maneira histórica é que esse movimento vem ganhando um pouco de força, inclusive com profissionais da área da saúde fazendo esse estimulo contra a vacinação. Influencers, pessoas conhecidas na mídia. Então acaba que traz um impacto negativo para esses indicadores”, afirmou Evandro.

E para tentar atingir a meta de público alvo, em outubro haverá uma campanha de multivacinação. Estima-se cerca de 11 milhões de crianças e adolescentes em todo país, e cerca de 50 mil em campo grande que precisam ser imunizadas.

Neste ano, a meta de vacinação para a pólio, por exemplo, é de 95%. Em 2019 a meta, que seguia a mesa, não foi atingida, apenas 84% do público alvo foi imunizado. A Pentavalente também não atingiu a meta no último ano, de 95% desejado apenas 75% foi vacinado.

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