Janeiro Branco

CAPS chama atenção para aumento do consumo de álcool

Mês foi escolhido pela OMS para alertar para a saúde mental

14 JAN 2021 • POR Bruno Axelson • 15h28
Janeiro Branco chama atenção para aumento do consumo de álcool

No mês escolhido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para reforçar a atenção para a saúde mental e prevenir as patologias, um dos principais alertas do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) é para a relação entre o uso do álcool e problemas emocionais. Segundo a entidade, o Janeiro Branco pretende chamar a atenção para o tema, principalmente no período de confinamento em decorrência da convid-19, que se estende desde março do ano passado até os dias atuais, e que vem mostrando o aumento no consumo de álcool, além do fato de que a pandemia tem desencadeado transtornos mentais ou agravamento dos existentes.

Em Três Lagoas, o atendimo nos Centros de Atenção Pscicosocial (CAPS) dobrou em janeiro, segundo o coordenador Igor Queiroz. "Percebemos que a pandemia e o consumo de bebidas alcolicas desencadeou varias doenças mentais", explicou. 

Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indicou que o aumento do estado depressivo pode estar relacionado ao aumento do consumo de álcool relatado durante a pandemia: 18% dos entrevistados - 18,4% entre homens e 17,7% entre mulheres - afirmaram estar ingerindo mais bebidas alcoólicas nesse período.

O maior aumento, de 26%, foi registrado na faixa etária de 30 anos a 39 anos de idade, e o menor entre idosos, de 11%. Quanto maior a frequência dos sentimentos de tristeza e depressão, maior o aumento do uso de bebidas alcoólicas, atingindo 24% das pessoas que têm se sentido dessa forma durante a pandemia, indicou a pesquisa.

"Nessa faixa etária existe um depósito muito grande de sonhos, é quando em alguns pontos da vida de cada um, nessa faixa etária, se está com energia sobrando querendo trabalhar, casar, ter filhos, ser ousado para construir metas mais interessantes. Isso tudo foi podado de forma violenta por conta da pandemia. As pessoas tiveram que ficar presas, sem os amigos, suas experiências, adiar sonhos e projetos por conta desse futuro totalmente incerto", avaliou o médico psiquiatra e presidente do Cisa, Arthur Guerra.

Guerra lembra que apesar de as pessoas terem uma expectativa de que o ano de 2021 viraria uma chave na esperança da normalidade, isso não está ocorrendo, porque os números da covid-19 só aumentam e trazem a ideia de que o ano deve ser tão ou mais difícil do que o anterior, contribuindo para uma piora da saúde mental.

De acordo com Guerra, para entender o conceito de saúde mental, é preciso compreender que o mundo e a humanidade mudaram essa definição. No passado, isso significava a ausência de doença mental, como esquizofrenia, depressão, ansiedade, dependência química, entre outras, então, na ausência de um diagnóstico médico psiquiátrico, o indivíduo era considerado saudável mentalmente.

Durante o Janeiro Branco, a prefeitura de Três Lagoas também vai desenvolver ações com os servidores, para identificar possiveis problemas depressivos ou de anciedade, logo no inicio, a fim de orientar e tratar as doenças logo no inicio. "Além de ampliar o serviço para população, estamos preocupados com aqueles que fazem o atendimento nas secrtarias e departametnos. Muita gente foi afetada durante a pandemia", afirmou Queiroz.  

 

Com informações da Agencia Brasil