AGRONEGÓCIO

Frigoríficos de MS podem suspender atividades por falta de gado nos próximos meses

Segundo presidente do Sicadems, situação é “extremamente delicada” no Estado

19 AGO 2021 • POR Giovanna Dauzacker • 12h10
Segundo presidente do Sicadems, situação é “extremamente delicada” no Estado. - Foto: Ilustração

Com a falta de animais para o abate, frigoríficos operam com cerca de 50% da capacidade em Mato Grosso do Sul. De acordo com o presidente do Sindicado das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados do Estado (Sicadems), Regis Comarella, a situação é “extremamente delicada” e há possibilidade de as indústrias paralisarem as atividades nos próximos meses.

“O que vem ocorrendo é que os frigoríficos vêm passando por um momento bem complicado, há situação mesmo preocupante, de neste mês ou nos próximos, alguns não aguentarem, ter que dar férias ou quem sabe paralisar, porque não conseguem pagar os custos”, explica.

Mesmo com a falta de animais para abate, na outra ponta a realidade é diferente. De acordo com Comarella, o produto até sobra nas gôndolas. “O mercado está abastecido, tem carne sobrando porque o consumidor está sem condições financeiras de comprar. A carne está muito cara e ele acaba indo para outras opções, então o consumo está muito fraco”, pontua.

Os frigoríficos que exportam para a China estão num estado melhor, segundo o presidente do Sicadems. “Tem os frigoríficos que exportam, principalmente pra China, que estão conseguindo sobreviver e até ganhar. Os outros países que compram o produto também não estão sendo atraentes. Mas os que exportam perdem menos”.

 

Situação no estado vizinho 

O maior produtor de carne bovina do país, Mato Grosso, também vive uma situação parecida. Em nota divulgada recentemente, o Sindicato das Indústrias Frigoríficas do estado vizinho (SINDIFRIGO-MT), afirma que os frigoríficos de menor porte podem fechar as portas por falta de gado, em razão da menor oferta de cabeças para o abate.

De acordo com o sindicato, as 33 indústrias que vendem para o mercado interno trabalharam com apenas 58,57% da capacidade em 2020.