SÓ 66%

Confiança nas urnas eletrônicas em MS fica abaixo de índice nacional, aponta IPR

Os números foram levantados nas 15 principais cidades de Mato Grosso do Sul

4 ABR 2022 • POR Nyelder Rodrigues • 14h10
Aruaque é diretor do IPR e concedeu entrevista ao Jornal CBN Campo Grande - Geliel Oliveira

Enquanto pesquisa recente da Datafolha indica que a confiança dos brasileiros na segurança das urnas eletrônicas é de 82%, outro estudo feito nas 15 principais cidades sul-mato-grossenses aponta um índice inferior para o Estado: apenas 66%. É o que mostra o trabalho realizado pelo IPR (Instituto Pesquisa Resultado).

O diretor do instituto, Aruaque Fressato Barbosa, comentou na manhã desta segunda-feira (4) os números do trabalho feito com exclusividade para a CBN Campo Grande. Veja abaixo como foi a entrevista:

Ao todo, 378 pessoas foram ouvidas pelo IPR, sendo que quase metade tinha nível de escolaridade médio ou superior incompleto, enquanto o nível superior foi verificado em quase 30% das pessoas que integraram a pesquisa de opinião.

Com 66,93% das pessoas afirmando que confiam nas urnas eletrônicas, 28,30% - arrendondando, uma em cada quatro entrevistados - disseram não confiar no equipamento usado pela Justiça Eleitoral nos pleitos de escolha dos representantes do povo no Executivo e Legislativo. Já o total de entrevistados que não quiseram responder ou não souberam foi de 4,76%.

"O índice de confiabilidade das urnas na minha opinião é relativamente baixo. Não temos a comprovação de nenhuma fraude, mesmo após vários testes. Em Mato Grosso do Sul, em comparação com o país, a diferença é relativamente alta", comenta Aruaque.

O pesquisador ainda frisa sobre a importância das pesquisas. "As pesquisas nos auxiliam muito nas tomadas de decisões, principalmente para combater o que chamamos de pós-verdade, que é quando o apelo a emoção e as crenças tem mais influência de moldar a opinião pública do que os fatos objetivos", complementou o diretor do IPR.

"Às vezes fazemos certos tipos de pesquisas e algumas pessoas contestam, principalmente quando o resultado não é aquilo que elas querem e acreditam. Aí abre para todo tipo de contraditório, contestando fatos como a eficácia da vacina, a legitimidade de pesquisas eleitorais. Nosso trabalho é fazer essas pesquisas para mostrar realmente o que está acontecendo", frisa.

Finalizando sua participação no Jornal CBN Campo Grande, Aruaque também destaca que as pesquisas são feitas a partir de uma metodologia, um trabalho cientifico, diferente do que ocorre com enquetes. "Não é um chute. Se seguir a metodologia à risca, ela traz resultado".