DIA DE REPÓRTER

Presidente da Assembleia brinca e revela possível vice petista para André

Paulo Corrêa recebeu durante a sessão a visita de André Puccinelli, pré-candidato ao Governo do Estado

18 MAI 2022 • POR Nyelder Rodrigues • 08h00
André visitou a Alems e sentou ao lado do presidente da Casa, Paulo Corrêa, no início da sessão - Reprodução

O ex-governador e pré-candidato a ocupar o mesmo cargo, André Puccinelli (MDB), visitou a Assembleia Legislativa na terça-feira (17) e foi recebido pelo presidente da Casa, o tucano Paulo Corrêa, com muitas brincadeiras. Em uma delas ele acabou revelando uma possível indicação petista para ocupar o posto de vice de Puccinelli.

A revelação veio após Paulo Duarte (PSB) pedir espaço para falar em nome de sua "quase bancada", se referindo aos colegas petistas Pedro Kemp e Amarildo Cruz - PSB e PT são aliados na esfera nacional, mas regionalmente devem caminhar em caminhos opostos.

"Quase bancada?" indagou Corrêa, emendando outra pergunta e praticamente entrevistando o colega de parlamento. "Tem até o papo que está se cogitando da sua bancada oferecer o vice para o ex-governador André Puccinelli. Estou ouvindo o Pedro Kemp", disparou o presidente da Assembleia Legislativa, enquanto Duarte se esquivava.

A aproximação entre PT e MDB no Mato Grosso do Sul não é nenhuma novidade, sendo confirmada inclusive pelo cacique e ex-governador Zeca à CBN Campo Grande. Uma aliança com Marquinhos Trad (PSD) também foi cogitada, mas inicialmente ela é refutada pelo ex-prefeito.

De acordo com Zeca, André pediu uma audiência com o PT em Brasília (DF). Porém, em entrevista à TVC, emissora de TV do Grupo RCN em Três Lagoas, André afirma que é o PT quem o procura. Em áudio que circula nas redes sociais, na terça, Zeca chama André de "safado e mentiroso" ao afirmar que é o PT quem o procura, sendo que a situação seria a contrária.

Oficialmente, André não admite a busca de um acerto com o PT, porém, conforme apurado pela CBN Campo Grande, ele vê com bons olhos a possibilidade e considera que a concretização de tal parceria é grande, principalmente com o pré-candidato governista ao Executivo, Eduardo Riedel (PSDB), optar por apoiar Jair Bolsonaro (PL).

Quanto a aproximação do PT com Marquinhos, o principal elo das negociações foi seu irmão mais jovem, o deputado federal Fabio Trad, conforme apurado pela reportagem, que também apurou existir uma predileção de Marquinhos em permanecer neutro neste momento.

Assim, caso confirmada a aliança entre PT e MDB em Mato Grosso do Sul, colocando Lula e André Puccinelli no mesmo palanque, ficaria a cargo dos petistas a indicação da vice - que pode ser Giselle Marques, atual pré-candidata do partido da estrela vermelha. Zeca, que é pré-candidato a deputado estadual, disse que não sobe no mesmo palanque que André.

Antes de negociar com o PT, André também conversou com outros pré-candidatos, oferecendo a eles a cadeira de vice em sua chapa, já que ele afirma não abrir mão da candidatura principal nas eleições que ocorrem no mês de outubro deste ano. 

Um dos procurados foi Marquinhos, que logo rechaçou tal possibilidade. Ontem em visita à Câmara de Vereadores, André Puccinelli também revelou à reportagem do jornal O Estado de Mato Grosso do Sul que também convidou Rose Modesto, e que um aceite dela seria praticamente um "canto da vitória". André negocia também com o Solidariedade, do vereador Papy.