Operação da PF congestiona e causa lentidão em rodovia

A ação foi realizada ontem com o objetivo de combater o tráfico de drogas

17 AGO 2012 • POR Cláudio Pereira • 13h11
Maioria dos veículos abordados era caminhão

A Polícia Federal (PF) de Três Lagoas realizou uma operação de combate ao tráfico de drogas. A ação foi realizada ontem no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), localizado no km 21 da BR-262 e contou com a participação de 10 policiais federais.

Os policiais abordaram todos os veículos que seguiam no sentido Campo Grande a Três Lagoas, o que causou grande lentidão na via e congestionamento de um quilômetro. De acordo com o agente da PF, Victor Figueiredo, a ação teria sidomotivada por denúncias anônimas que revelavam que traficantes estariam se aproveitando da paralisação dos policiais federais para transportarem drogas pelas rodovias.

Figueiredo destacou que só foi possível realizar a ação por conta da greve dos servidores, que completou dez dias no município. “Se o atendimento estivesse sendo realizado normalmente, eu poderia contar com apenas dois policiais para essa operação, o que seria impossível”, disse destacando que o ideal seria realizar operações como essa semanalmente. “Sabemos que essas rodovias são rota do tráfico de drogas. Mas, infelizmente, somos impotentes por conta do número reduzido de policiais”, completou.

O policial contou ainda que a operação não faz parte de protestos grevistas. “Apenas aproveitamos a oportunidade para reunir todo o efetivo a fim de fazer um trabalho que deveria fazer parte da nossa rotina”, salientou. Segundo a PF, a operação durou pouco mais de três horas e meia. Não houve prisões ou apreensões. O número de veículos vistoriados não foi contabilizado pelos policiais, porém, os agentes garantiram que as abordagens atingiram a meta de 100%.

GREVE

A greve da Polícia Federal foi deflagrada no último dia 8 deste mês. A adesão foi 100% no município. Agentes, papiloscopistas e escrivães“cruzaram os braços” por tempo indeterminado. Segundo Figueiredo, o governo federal não apresentou nenhuma contraproposta aos servidores. “Provavelmente, a paralisação será mantida até que o governo se pronuncie”, disse.

A classe reivindica melhores salários e condições de trabalho. Figueiredo destacou que a greve foi decretada após anos de tentativas de negociação com o governo federal. “Estamos há cinco anos sem aumento de salário e há três sem reestruturação na carreira. Todas as nossas tentativas de negociação foram frustradas”, disse.

Figueiredo destacou ainda que o efetivo de Três Lagoas está reduzido. “Seria necessário aumentar o efetivo em pelo menos 50% para que pudéssemos oferecer melhor atendimento à população”, disse, destacando que os profissionais em greve estão sobrecarregados. “Já tivemos de dispensar pessoas por falta de alguém para poder atendê-las”, completou.