Pentágono ameaça processar autor do livro sobre a morte de Bin Laden

31 AGO 2012 • POR Redação • 08h51

 Mark Owen, pseudónimo literário de Matt Bissonnette, antigo membro da força de elite SEAL, assinara ainda em 2007 dois acordos com a Marinha norte-americana em que se comprometia a não divulgar informações secretas – um procedimento comum para os militares envolvidos em missões sensíveis.


São estes acordos que o conselheiro legal de topo do Departamento da Defesa alegou estarem a ser violados, numa carta enviada ao antigo SEAL a propósito do seu livro No Easy Day – The Firsthand Account of the Mission that Killed Osama Bin Laden (Um dia difícil – Narrativa na primeira pessoa sobre a missão em que Osama Bin Laden foi morto), que será lançado na próxima semana. Para o Pentágono, Bissonnette está também a violar as leis federais.

Na carta enviada, o conselheiro legal do Pentágono, Jeh Charles Johnson, avisa que está a ser ponderado lançar mão de “todas as soluções legalmente disponíveis” contra Bissonnette assim como contra a editora do livro, a Penguin Putnam. “Na avaliação do Departamento da Defesa, está a quebrar e violar os acordos de confidencialidade que assinou. A continuada divulgação pública do seu livro irá agravar ainda mais essa violação dos acordos”, é escrito por Johnson.

“No Easy Day narra a missão dos SEAL em Maio de 2011 no raide feito à casa da cidade militar de Abbottabad em que o líder da Al-Qaeda estava escondido e acabou por ser morto. A sua publicação – que não foi antecedida por avaliação prévia de responsáveis do Pentágono, da CIA nem da Casa Branca – está a provocar enorme polémica, uma vez que os membros das unidades de elite militares raramente tornam públicos detalhes das suas operações.

Segundo é narrado por Bissonnette no livro, Bin Laden foi morto assim que saiu do quarto em que dormia, conforme os membros da missão SEAL estavam a subir as escadas, foi avançado há dias pela agência noticiosa norte-americana Associated Press, que teve acesso prévio a No Easy Day. Responsáveis militares norte-americanos sustentam que o líder da Al-Qaeda foi alvejado apenas depois de tentar fugir de novo para dentro do quarto, fazendo recear que fosse agarrar numa arma.