Trabalhadoras do comércio reivindicam creche noturna

Horário atual das creches, das 7h às 17h, não atende à demanda das mães trabalhadoras

12 MAR 2013 • POR JJ Caju • 08h00
Assunto foi tema de reunião realizada no Dia Internacional da Mulher

Mães filiadas ao Sindicato dos Empregados no Comércio de Três Lagoas reivindicam creche noturna às vereadoras Vera Helena(PMDB), Marisa Rocha (PSB) e Sirlene da Saúde (PRB). A luta das trabalhadoras é pela mudança no horário de atendimento nos Centros de Educação Infantil (CEIs) com o intuito de atender à atual demanda da cidade. A grande maioria trabalha até às 18h ou mais. A solicitação aconteceu durante um café da manhã em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, realizado na sede do sindicato.

De acordo com o presidente do sindicato, Eurídes Silveira de Freitas, Três Lagoas, nos últimos anos teve um amplo desenvolvimento econômico, o que gerou inúmeros postos de trabalho para as mulheres. Porém, as creches não acompanharam esse crescimento e continuam atendendo no mesmo horário, ou seja, das 7h às 17h. “É impossível uma mãe que trabalha até às 18h ou mais contar com o serviço oferecido pelos centros educacionais. O período de funcionamento precisa se adequar à realidade das trabalhadoras. Além disso, há mulheres que querem estudar à noite”, disse. 

Conforme Marisa Rocha, a creche noturna é de extrema necessidade. “Conheço uma mãe que paga R$ 80 para uma pessoa levar e buscar a criança no CEI porque o atendimento se encerra antes de a mãe sair do serviço. Esse dinheiro faz falta para a família”, contou. Ela ainda sugeriu que a prefeitura instale sistemas de monitoramento por câmera nos CEIs, para registrar e acompanhar a qualidade no atendimento prestado às crianças.

Segundo Freitas, a luta do sindicato não é para favorecer somente as funcionárias do comércio, como também as mães que trabalham em setores como hotéis, restaurantes, indústria etc. Na opinião dele, o ideal é que funcionárias, empresários, comerciantes e poder público se unam para viabilizar a implantação dos CEIs noturnos. “Uma criança bem assistida deixa a mãe tranquila para trabalhar e produzir ainda mais. Acredito que a classe patronal é a mais interessada nisso”.

Outra reivindicação levantada pela direção do sindicato refere-se à criação de uma lei para que as empresas beneficiadas com isenção fiscais e cessão de terreno sejam responsáveis por apoiar o poder público na construção e manutenção de CEIs.

REIVINDICAÇÃO ANTIGA
De acordo com Freitas, a batalha por criação de creches noturnas é antiga. Em 2007, o sindicato reivindicou a Simone Tebet (PMDB), prefeita na época, a implantação dos CEIs 24h. Porém, segundo o sindicalista, o poder público fez uma pesquisa e percebeu que naquele momento não havia demanda. Mas, agora, em 2013, a realidade é outra. “O número de empresas cresceu, o número de mulheres trabalhadoras aumentou e ainda temos mães que não trabalham por não ter onde deixar seus filhos com segurança”, frisou. E continuou: “Antigamente, as avós cuidavam dos netos, mas, hoje, as avós também estão no mercado de trabalho. O poder público e a classe empresarial de Três Lagoas precisam se adequar e atender esta reivindicação”, concluiu.