Ao JP, no entanto, o comandante da PMA, preliminarmente, acredita que a morte dos peixes é consequência da tentativa de cardumes subirem contra o fluxo da cachoeira Branca, no município de Água Clara. Por se tratar de uma tentativa exaustiva, os animais acabam se ferindo nas pedras e morrendo em seguida. Para o tenente Gildo de Souza, é uma época atípica, pois a Piracema (período de reprodução) já acabou, mas os peixes continuam contra a correnteza devido ao grande volume de água. Ele diz que o rio está elevado em razão das chuvas, mas considera a hipótese de controle do volume com a abertura das comportas da Usina São Domingos. Os vertedouros estão fechados, segundo inspeção feita pelos vereadores. 

A Eletrosul esclareceu, por meio de nota enviada à redação do Jornal do Povo, que após ser informada da mortandade pela reportagem, iniciou a apuração do caso, mas não era possível, ainda, estabelecer nenhuma relação entre a mortandade das espécies e as ações da Hidrelétrica São Domingos. Especialistas foram acionados para avaliar o fenômeno. Só depois dessa análise é que a empresa poderá se manifestar de forma mais objetiva.

De acordo com os vereadores de Água Clara, a mortandade está sendo constatada há pelo menos 10 dias. “A cena choca todos os moradores da região que estão indignados com essa tragédia ambiental sem precedentes”, disse o presidente da Câmara, Alfredo Alexandrino. Para a PMA, a morte poderia ser evitada se a Eletrosul construísse uma escada por onde os peixes poderiam subir, como a que foi construída na Usina de Itaipu e na Hidrelétrica Três Irmãos (Engenheiro Sérgio Motta). 

“Há um cardume muito grande de peixes próximo à Usina São Domingos e, por não existir a escada, eles ficam tentando subir, vão até a exaustão se debatendo nas pedras e se machucando, depois sentem febre e começam a nadar descendo o rio, resultando na morte desses animais”, disse o tenente Gildo aos vereadores, prometendo notificar a Eletrosul sobre o fenômeno.