Americanos reafirmam interesse em investir no Bolsão

Chapadão do Sul foi escolhida para instalação de usina de etanol de milho

20 ABR 2013 • POR Redação • 10h45

Depois de duas visitas em Chapadão do Sul e avaliar o potencial agrícola da região, empresários norte-americanos bateram o martelo em relação a investimentos em usina de etanol no Estado. Nessa sexta-feira, representantes dos grupos BioUrja e POET aportou na Casa da Indústria, em Campo Grande, para reafirmar interesse pela primeira usina de etanol à base de milho em Mato Grosso do Sul.  

A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), segundo o presidente Sérgio Longen, considera marco histórico o ingresso do Estado no ciclo do processamento de milho para a produção de etanol, já que hoje a tradição brasileira é na fabricação de biocombustível com a cana-de-açúcar. Longen disse que a Fiems vai intermediar o processo de instalação, dando o suporte técnico, oferecendo as informações e as estatísticas necessárias aos estudos, além de intermediar as relações dos investidores com o mercado local e contribuir com a formação de mão de obra por meio do Sistema S.

As empresas norte-americanas POET e BioUrja Trading LLC preveem investir R$ 140 milhões, segundo o representante das duas empresas no Brasil, Marcos Machado.

Segundo Sérgio Longen, a intermediação faz parte da política do Sistema Fiems de promover a diversificação industrial de Mato Grosso do Sul, trazendo empresas que possam agregar valor às matérias-primas que são produzidas no Estado.

“Durante o encontro, destacamos o apoio que podemos oferecer para a indústria, por meio do Sesi e Senai. Além disso, citamos ainda a construção do Instituto Senai de Inovação Biomassa, em Três Lagoas, que poderá desenvolver, com entidades dos Estados Unidos, pesquisas tecnológicas para melhor aproveitamento do milho”, destacou.

O representante dos grupos BioUrja e POET no Brasil disse que ficou muito satisfeito com a demonstração de interesse do governo do Estado para que o empreendimento se instale no Estado e deixou praticamente encaminhada a viabilização da iniciativa. “Essa indústria será pioneira no Brasil e utilizará uma tecnologia de ponta”, informou. A proposta é que a nova indústria seja construída ainda neste ano, com início de operação em 2015, com capacidade para produzir 150 milhões de litros de álcool combustível por ano.

A previsão é aproveitar 380 mil toneladas de milho, abrindo 150 empregos diretos e outros 600 indiretos. A POET é um dos maiores produtores de etanol nos Estados Unidos, onde tem 27 destilarias e responde por 10% da produção do país. No Brasil, além da unidade em Chapadão do Sul, a empresa planeja construir outras usinas na região de Mato Grosso do Sul. Além de etanol, o grupo pretende produzir DDGF, que é um subproduto utilizado na ração animal por conter alto valor energético e proteico. Apesar de o grupo ser inédito no Brasil, a nova usina deverá criar um novo segmento no mercado com a produção anual de 110 mil toneladas. Também participaram da reunião o diretor-corporativo da Fiems, Jaime Verruck, e o diretor da Agricon Consultoria, Luiz Tanahara.