Policiais adiam paralisação, mas insistem em aumento de 25%

Policiais civis reivindicam reajuste de 25%, índice quatro vezes superior ao oferecido pelo Estado

2 MAI 2013 • POR Arquivo JP • 08h19
Protesto da classe realizado em Três Lagoas no começo de abril

O Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol) adiou data em que deveria ser deflagrada greve geral no Estado. A prorrogação dos prazos de negociação com o governo do Estado foi aprovada em assembleias regionais realizadas no fim de semana em todo o Estado, incluindo Três Lagoas.

De acordo com o presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa da Silva, a prorrogação do prazo atende a um pedido da vice-governadora Simone Tebet. Na quinta-feira passada, representantes da classe e a vice-governadora sentaram para discutir o reajuste salarial da classe. Ela, por sua vez, teria se prontificado a tentar, junto ao governador André Puccinelli, um  acordo melhor. “Demos um voto de confiança à vice-governadora que ficou responsável por intermediar uma nova negociação com o governador. Ela nos pediu um prazo a mais, de uma semana, para que possa conseguir conversar com ele. Repassamos isso à classe, que aprovou por meio de votação. Agora vamos esperar até sexta-feira, mas a possibilidade de greve ainda não está descartada”, frisou.

O sindicalista informou que, caso não haja avanço nas negociações, a greve geral da Polícia Civil deverá ser deflagrada na próxima semana. “Vamos esperar até sexta. Se não tivermos resposta, uma nova assembleia será marcada para a próxima semana, quando decidiremos se haverá greve”, disse.

REAJUSTE
A classe de investigadores e escrivães da Polícia Civil reivindica 25% de reajuste salarial. Conforme Alexandre, a porcentagem seria o mínimo, já que comparado aos reajustes do salário mínimo ocorridos desde 2006, haveria uma defasagem de 42%. No entanto, na última audiência com o governador André Puccinelli, o Estado havia oferecido contraproposta de 7%.

O sindicalista ainda chama a atenção para a baixa remuneração dos policiais civis em Mato Grosso do Sul. Segundo levantamento do Sinpol, os investigadores e escrivães que atuam no Estado têm o 25º pior salário de todo o Brasil. Com remuneração inicial de R$ 2.361,21, os policiais sul-mato-grossenses ficariam à frente apenas de estados como a Paraíba, R$ 2,3 mil, e Acre, R$ 2,2 mil.

Além da remuneração, o Sinpol também busca extinguir a promoção por merecimento dentro da Polícia Civil. Segundo o presidente da instituição, esse tipo de promoção seria, em tese, destinado aos policiais que realizaram feitos de grande contribuição para a sociedade, porém, estes fatores não estariam sendo levados em conta como deveriam na hora da escolha. “Hoje, a promoção por merecimento é indicação e usada de barganha por políticos. Por isso queremos que as promoções ocorram apenas por antiguidade, ou seja, tempo de serviço”, destacou.