Drogas - novo impasse: criminalização ou descriminalização

1 JUN 2013 • POR Redação • 10h18

Falar de drogas é bastante complexo, polêmico. É necessário analisar o tema, sem nenhuma ideia pré-concebida e sem paixões.

Estava lendo uma reportagem, que falava sobre o Deputado Osmar Terra, pelo PMDB-RS, o autor da proposta dizia o seguinte: “Os chefes do tráfico não aparecem, eles sequer andam com drogas. Precisamos de uma medida que interfira lá na ponta, que reduza o número de traficantes na rua, ou seja, de quem realmente vende a droga para o consumidor final”. O projeto de lei que à política antidrogas brasileira passa por um novo empecilho. De um lado, parlamentares defendem penas mais rígidas e, do outro, representantes do governo querem penas apenas para os grandes traficantes. Será que vão ficar neste impasse sobre o tempo de prisão. Será que não vão levar a plenário, para apreciação da câmara, algo, extremamente sério? Enquanto não resolvem esta situação, pensei nos adolescentes que dependem das drogas. Em seus pais, que lutam no anonimato contra o entorpecente que mina a família.

Segundo relatos, existem adolescentes, cujos pais só descobrem que o filho está usando drogas, após um ou dois anos. Depois dessa infeliz descoberta é necessário falar muito sobre tóxicos. É necessário os pais irem em busca de conhecimento, de valores pessoais, sociais, familiares, religiosos, para a orientação específica do filho dependente. Quanto mais se sabe sobre a droga, maior condição se tem para enfrentá-la.

Quando os pais se recusam a algum tipo de tratamento, terão a resposta agonizante e aterradora dos filhos atolados no vício e na degradação.

Algo extremamente difícil é zelar dos adolescentes, e perceber sinais que indiquem que está consumindo drogas. É difícil esta analise, pois alguns comportamentos são peculiares à adolescência, mas os pais devem ser extremamente, perspicazes.
 
Voltando à conversa inicial, há um impasse que, por enquanto, permanece na questão da criminalização e descriminalização. Na última década, cresce o número de países que estão mudando sua postura jurídica em relação ao usuário de drogas, e o novo modelo de política adotado por eles se baseia na descriminalização. Os meios de comunicação exigem e, com razão, uma maior eficiência no combate às drogas lícitas e ilícitas. A Lei Anti-Drogas diz que “em nenhum momento a determina alguma porção específica, uma quantidade numericamente determinada, para que se tenha a configuração da pratica do delito”.

Há uma só opção para este impasse: escolher, e muito bem, para não se arrepender depois.

*Cilene Queiroz é escritora, bióloga e mestre em Sistema de Produção em Agronomia