Lula cobra mais definição de Barack Obama

Lula disse esperar que o presidente eleito dos Estados Unidos tenha outra visão sobre a Venezuela

18 DEZ 2008 • POR Redação • 07h22
Presidente Lula exige discussão política com EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem(17) que está na hora da América Latina “exigir” uma discussão política com o presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, para saber a relação que ele terá com a região.

Para Lula, “está na hora da América Latina exigir uma discussão política com ele [Barack Obama] para saber qual a visão que ele vai ter na relação com a América Latina”.

“Não queremos mais Aliança para o Progresso como foi feito na década de 1960 com o Brasil, ele [Barack Obama] tampouco pode olhar para a América Latina como um grupo de esquerdistas, todos revolucionários, recebendo orientação de Cuba. Já não existe mais isso na América Latina”, disse o presidente Lula.

Aos 33 mandatários presentes no encerramento da Cúpula da América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento, realizada na Costa do Sauípe, Bahia, Lula afirmou que a esquerda que fazia luta armada nas décadas de 1960 e 1970 chegou ao poder na maioria dos países, ganhou as eleições e hoje está no governo.

Lula disse esperar que o presidente eleito dos Estados Unidos tenha outra visão sobre a Venezuela e que restabeleça relações com Cuba. “Espero que o Obama tome a decisão de reatar relações diplomáticas com Cuba. Não existe mais nenhuma explicação política, sociológica, nenhum analista do mundo, um psicólogo qualquer, entenderia porque ainda existe o bloqueio a Cuba. Será que é vingança?”, questionou.

Lula destacou que, se os encontros realizados em Sauípe não tivessem apresentado avanços, já teria valido a pena pela entrada de Cuba no Grupo do Rio, oficializada na terça-feira (16). “Só o fato do Grupo do Rio ter aprovado a volta de Cuba às instituições e instâncias multilaterais já é um feito inusitado, porque os que presidiram os países antes de nós não tiveram coragem de colocar Cuba no Grupo do Rio”, concluiu.